No século 19, Estados Unidos já viveram uma Guerra Civil, entretanto, filme de Alex Garland, que estreia nesta semana, imagina cenário ainda mais caótico
Entre 1861 e 1865, os Estados Unidos viveram uma guerra civil: a Guerra de Secessão; quando estados do Norte e do Sul discordaram sobre a abolição da escravidão. O conflito deixou mais de 600 mil mortos, segundo artigo da FFLCH, da USP.
Mas o que aconteceria se o país vivesse uma nova Guerra Civil? Como seria o cenário em que estados se tornam independentes e formam uma coalizão para lutar por seus ideais?
É isso que imagina 'Guerra Civil', novo filme da A24 que chega aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira, 18. Estrelado por Kirsten Dunst e Wagner Moura, o longa mostra dois fotojornalistas que atravessam o território norte-americano para cobrir um conflito generalizado. Mas o que levou a situação a chegar a esse ponto?
Conhecido por seu trabalho em 'Ex_Machina: Instinto Artificial' (2014), onde debate os perigos da inteligência artificial por meio de uma androide manipuladora, o diretor Alex Garland apresenta em 'Guerra Civil' o que aconteceria a partir de um movimento separatista em que 19 estados norte-americanos se declarassem independentes, aponta o ScreenRant.
Sem explicar o motivo por trás do conflito, o cenário é tão caótico que os estados da Califórnia e Texas, antes considerados rivais — o primeiro por ser democrata progressista e o segundo republicano conservador —, formam uma aliança militarizada, batizada de The Western Forces (As Forças Ocidentais).
Assim, os dois estados não só se tornam independentes como também passam a ostentar uma nova bandeira do país: substituindo a tradicional com 50 estrelas (uma para cada estado) por uma nova com apenas duas.
Como consequência, o resto do país também acaba de dividindo, com facções surgindo em Montana, Washington, Geórgia, Louisiana e Minnesota, além da Aliança da Flórida.
Indo além de uma clichê polarização entre democratas e republicanos, o filme de Alex Garland mostra o conflito nos Estados Unidos gerado a partir do governo, potencialmente fascista e que ignora a constituição, do presidente interpretado por Nick Offerman.
O filme foi escrito por Garland em meados de 2020, quando os Estados Unidos ainda era presidido por Donald Trump. Na época, o país vivia tensões raciais motivadas pela morte de George Floyd e pela repressão policial violenta contra manifestantes do Black Lives Matter.
Em um momento emblemático daquele ano, a polícia agrediu os protestantes com o intuito de abrir caminho para Trump chegar até uma igreja na região da Casa Branca, onde tirou uma foto segurando uma Bíblia.
Com todos esses enlaces, 'Guerra Civil' apresenta dois fotojornalistas que tentam mostrar de forma objetiva o conflito que comete o país. E embora eles próprios não compreendam completamente, parece praticamente impossível não acabar envolvido com toda situação.