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Matérias / Conclave

Conclave: A escolha do novo papa em 5 passos

Nesta quarta-feira, 7, 135 cardeais se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, para começarem a escolher um sucessor de Francisco; entenda como funciona

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 05/05/2025, às 16h00

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Imagem da fumaça branca anunciando a escolha de um novo papa - Getty Images
Imagem da fumaça branca anunciando a escolha de um novo papa - Getty Images

Após a morte do papa Francisco, a Igreja Católica se prepara para escolher seu novo líder — em um processo que permanece inalterado por cerca de 800 anos: o conclave papal. O nome vem do latim cum clave, que significa "com chave", indicando o processo fechado de eleição de um papa.

O sistema de escolha democrática é marcado por um trabalho de múltiplas rodadas de votação até que um candidato receba dois terços ou mais dos votos. Embora não exista limite de idade para se tornar papa, somente cardeais com menos de 80 anos podem votar.

O funeral de Francisco ocorreu no sábado, dia 26 de abril, dando início a nove dias oficiais de luto, chamados novemdiales, que terminam nesta segunda-feira. 5. 

Segundo as regras do Vaticano, o processo de eleição de um novo papa deve começar entre 15 e 20 dias após a morte do pontífice. O papa Francisco faleceu no último dia 21 e, respeitando esse prazo, o Conclave já está marcado para começar na próxima quarta-feira, 7 de maio

Mas como acontece o processo de seleção do próximo papa? Entenda o funcionamento de um conclave em apenas 5 passos!

1. Portas fechadas

Desde os últimos dias, dezenas de pontífices, do Colégio de Cardeais, viajam à Roma para o Conclave. Atualmente, existem 252 cardeais no mundo, espalhados por mais de 90 países, mas apenas 135 estão aptos a votar (por conta da idade máxima permitida).

Após a chegada em Roma, os religiosos se reúnem sob o magnífico teto pintado por Michelangelo na Capela Sistina para iniciar suas deliberações. Logo em seguida, é pronunciada as palavras extra omnes ("todos para fora", em latim), exigindo que apenas os cardeais votantes, um punhado de autoridades e médicos fiquem no local. As portas são trancadas. 

Nessa parte do isolamento, os cardeais prestam juramento de sigilo absoluto. A partir daqui eles não possuem mais permissão para se comunicar com o mundo exterior durante o processo eleitoral. Assim, seus celulares são retirados. Jornais, televisão, cartas ou mensagens não são permitidas no local. 

Cardeais chegando para o aguardo do conclave - Getty Images

A Capela Sistina também é vasculhada em busca de possíveis dispositivos de escuta antes e durante o conclave. Os cardeais dormem e comem em um albergue construído especialmente para o uso durante o conclave: a casa de Santa Marta, perto da Capela Sistina.

Nessa fase também são escolhidos nove cardeais de maneira aleatória: três serão os escrutinadores (que supervisionarão as votações), três coletam os votos e os outros três os revisam. 

2. As votações 

O Conclave começa com a celebração de uma missa, seguida do início das deliberações e de uma votação. Conforme recorda o The Guardian, as votações acontecem em dois períodos diários: uma pela manhã e outra durante a tarde. 

As votações continuam até que um candidato conquiste dois terços ou mais dos votos; ou seja, neste caso, seja escolhido por pelo menos 90 cardeais. A cada sete votações, os religiosos tiram um dia para oração e reflexão. 

Ao longo da história, o Conclave mais longo durou 33 meses; após a morte do papa Clemente IV, em 29 de novembro de 1268. Para se ter ideia, três cardeais votantes morreram durante o processo. Para evitar que algo assim se repita, a partir do 34º turno de votações, o Conclave vota somente entre os dois favoritos que obtiveram mais votos na rodada anterior. 

Cardeais na Capela Sistina em 2005 durante conclave para eleger novo papa, que escolheu Bento XVI / Crédito: Getty Images

Nas votações, cada um dos cardeais recebe uma cédula com as palavras eligo in summum pontificem ("Eu elejo como sumo pontífice") impressas na parte superior. Eles inserem o nome de sua escolha — de preferência com uma caligrafia distorcida para disfarçar sua identidade —, dobram a cédula e a colocam em um cálice. 

3. A cor da fumaça

Após a votação e a contagem dos votos, as cédulas serão queimadas em uma pequena fogueira dentro da Capela Sistina. Produtos químicos são adicionados para tornar a fumaça preta ou branca — em caso de votação inconclusiva ou da escolha de um novo papa, respectivamente. 

4. Aceitação e nome

Após um candidato conquistar dois terços ou mais dos votos, o Cardeal Decano o chama à frente da capela e pergunta se o religioso está disposto a aceitar a nomeação como líder da Igreja Católica. Caso afirmativo, ele escolherá seu nome de pontífice

Jorge Mario Bergoglio era o nome de batismo do papa Francisco - Getty Images

Conforme explica o The Guardian, depois disso, os cardeais juram obediência ao novo papa, que é conduzido à Sala das Lágrimas, ao lado, para ser vestido com batina branca, barrete e chinelos vermelhos. 

5. Habemus papam

A última parte desse processo começa com o decano dos cardeais subindo à sacada principal da Basílica de São Pedro, diante da qual milhares de devotos católicos e turistas estarão reunidos.

Praça de São Pedro, no Vaticano, durante a missa inaugural do papa Francisco em 2013 - Jeff J Mitchell/Getty Images

Então é anunciado por ele: Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus papam ("Anuncio-vos uma grande alegria: temos um papa").


Entenda o conclave

Na próxima quarta-feira, 7, inicia oficialmente o conclave no Vaticano, para decidir quem será o próximo papa, sucessor de Francisco, que faleceu no último dia 21, aos 88 anos. O conclave é um processo de votação secreto da Igreja Católica, em que um Colégio de Cardeais se reúne para escolher quem será o próximo pontífice. Esse momento é marcado por grande sigilo e expectativa, e os cardeais ficam isolados de qualquer influência exterior que possam interferir nos resultados.