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Matérias / Igreja Católica

Conclave: 5 coisas para saber sobre o processo de escolha do papa

Processo para a escolha do novo papa, após a morte de Francisco, começou nesta quarta-feira, 7; entenda como funciona o conclave!

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 04/05/2025, às 13h00 - Atualizado em 07/05/2025, às 14h56

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Cardeal de costas durante conclave de 2013 - Getty Images
Cardeal de costas durante conclave de 2013 - Getty Images

Com a morte recente do papa Francisco, em 21 de abril de 2025, agora os católicos de todo o mundo aguardam ansiosamente pela eleição e anúncio de um novo líder religioso.

Essa escolha, vale mencionar, ocorre através do conclave, um dos mais misteriosos processos de votação de todo o mundo, que acontece no Vaticano com um Colégio de Cardeais completamente isolados de interferências externas.

O conclave, que começou nesta quarta-feira, 7, reúne 133 cardeais na Capela Sistina para decidir o próximo papa. Não há como definir com certeza quanto tempo o conclave pode durar, mas estima-se que demore entre dois ou três dias, visto que, para um cardeal ser eleito, ele precisa receber pelo menos dois terços dos votos. O mais longo dos conclaves durou quase três anos, entre 1268 e 1271.

Enquanto o mundo se prepara para acompanhar um novo conclave após um papado de 12 anos de Francisco, confira a seguir 5 coisas para saber sobre o processo de escolha do papa:

1. Isolamento

Cardeais se preparando para o conclave de 1978, que elegeu João Paulo II / Crédito: Getty Images

Conforme repercute a BBC, conclave deriva do latim "cum-clave", que literalmente significa "com chave". Esse nome se deve ao fato de que os cardeais que vão votar por um novo papa permanecerão trancados na Capela Sistina todos os dias até que o sucessor de Francisco seja escolhido, sendo isso uma tradição mantida desde 1268.

Esse isolamento, no caso, é levado bastante a sério, de maneira que os cardeais também são privados de qualquer contato com o mundo exterior — através de jornais, TV, internet e etc. —, a fim de evitar qualquer influência nos resultados. Inclusive, caso um cardeal infrinja as regras, pode até mesmo ser excomungado.

2. Confortos modernos

Membros do Colégio de Cardeais que participarão do conclave deste ano / Crédito: Getty Images

Até 2005 — ano em que foi eleito o papa Bento XVI —, os cardeais precisavam suportar condições complicadas durante o conclave, vivendo em "celas" improvisadas próximas à Capela Sistina, dormindo em camas duras e fazendo as necessidades em penicos.

Porém, o papa João Paulo II — antecessor de Bento XVI — mudou um pouco esse hábito antigo, e determinou a construção de uma casa de hóspedes de cinco andares e 130 quartos próximo à Basílica de São Pedro.

3. Votos costurados e queimados

Cardeais durante conclave de 2005 / Crédito: Getty Images

Durante o conclave, os cardeais realizam uma votação no primeiro dia e, nos seguintes, duas por dia, uma pela manhã e outra pela tarde, até que um dos candidatos finalmente obtenha a maioria de dois terços dos votos.

Outro aspecto que reforça a confidencialidade da votação é que cada um dos cardeais escreve sua escolha em um pedaço de papel e o dobra ao meio. Essas cédulas são então colocadas em uma urna, misturadas, contadas, examinadas por três cardeais, um dos quais passa agulha e linha para costurar os votos contados. Ao fim de cada uma dessas sessões, as cédulas são queimadas.

4. Cor da fumaça

Chaminé soltando fumaça preta durante o conclave de 2013 / Crédito: Getty Images

Com a queima das cédulas, sai de uma chaminé instalada especialmente nestas ocasiões no teto da Capela Sistina uma fumaça preta, devido a um produto químico misturado ao papel, sempre que a votação é inconclusiva. Porém, quando um papa é eleito, os fiéis que estiverem pelos arredores da Basílica de São Pedro saberão, pois sairá da chaminé uma fumaça branca.

Vale mencionar que, para evitar a possível baixa visibilidade da fumaça branca no céu, ela é acompanhada pelo repique dos sinos da igreja. Curiosamente, em 2005, o funcionário que deveria se responsabilizar pelos sinos estava ocupado com outras funções, e por um período de grande confusão subia fumaça branca pela chaminé, mas sem o som dos sinos.

5. Direito à recusa

Cardeais durante os preparativos para o conclave de 1978 / Crédito: Getty Images

Tecnicamente, o cardeal eleito para ser o novo papa ainda pode, apesar da grande honra, se recusar a assumir o cargo. Inclusive, em 2005, o próprio Jorge Mario Bergoglio — nome do papa Francisco antes do pontificado —, ao perceber que estava recebendo votos, disse que não queria se tornar papa até aquele momento, pois ainda tinha muitos assuntos a resolver na Argentina.

Ainda assim, mesmo que muitos tenham receio de assumir tamanha responsabilidade, de liderar a maior Igreja do mundo, quando aceitam se tornar papa quase sempre ficam extremamente emocionados. Tanto que, após a eleição ser concluída, entram para se vestir para a cena da sacada num local conhecido comumente como Sala das Lágrimas.


Entenda o conclave

Na próxima quarta-feira, 7, inicia oficialmente o conclave no Vaticano, para decidir quem será o próximo papa, sucessor de Francisco, que faleceu no último dia 21, aos 88 anos. O conclave é um processo de votação secreto da Igreja Católica, em que um Colégio de Cardeais se reúne para escolher quem será o próximo pontífice. Esse momento é marcado por grande sigilo e expectativa, e os cardeais ficam isolados de qualquer influência exterior que possam interferir nos resultados.