Clássico de Gabriel García Márquez publicado em 1967, Cem Anos de Solidão inspirou série da plataforma de streaming Netflix
A Netflix vai fechar ano com a adaptação de um clássico de Gabriel García Márquez: "Cem Anos de Solidão". Inspirada no livro que ainda fascina diferentes gerações, a série será lançada no streaming no dia 11 de dezembro.
Este romance, lançado em 1967, ocupa um lugar de destaque na literatura latino-americana e no movimento do realismo mágico, que impulsionou o reconhecimento internacional das letras latino-americanas na segunda metade do século XX.
A adaptação para a série da Netflix foi filmada inteiramente em espanhol na Colômbia e contou com o apoio essencial da família do autor.
A direção está sob responsabilidade de Laura Mora Ortega e Alex García López, e a aquisição dos direitos pela plataforma ocorreu em 2019, estabelecendo um novo marco na transposição das páginas do clássico para as telas.
A relevância de "Cem Anos de Solidão" é tamanha que rendeu a García Márquez o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. A narrativa acompanha sete gerações da família Buendía, fundadora de Macondo, uma aldeia fictícia que serve como pano de fundo para os eventos do livro.
Através de uma fusão de magia e realidade, a história explora as experiências cotidianas dos Buendía, repletas de acontecimentos surreais encarados com naturalidade pelos personagens.
Em diálogo com o também prestigiado autor Mario Vargas Llosa, García Márquez afirmou não ter criado nada além do realismo em suas obras. Segundo ele, "Cem Anos de Solidão" reflete a realidade latino-americana, onde tudo é possível. Ele ilustrou essa visão ao mencionar que eventos fantásticos descritos no livro são inspirados na crua realidade cotidiana da região.
Os personagens criados por García Márquez simbolizam a vasta população latino-americana, que compartilha um legado histórico comum e enfrenta desafios persistentes.
O uso deliberado de nomes repetidos dentro da família Buendía ressalta a ideia de que as novas gerações continuam a enfrentar os mesmos dilemas ao longo dos cem anos narrados, com mais de vinte Aurelianos e quase meia dúzia de José Arcádios.