Em 2010, Eliza Samudio foi morta a mando do ex-goleiro; caso que chocou o Brasil estreou em documentário da Netflix
'A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio', documentário que retrata o assassinato de Eliza Samudio pelo ex-goleiro Bruno, que defendia o Flamengo, estreou na Netflix nesta quinta-feira, 26.
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A produção, dirigida por Juliana Antunes, mostra os sonhos que Eliza tinha, revela conversas inéditas que antecederam o caso e narra o crime que chocou o Brasil — em 2010, a modelo, então com 25 anos e que era amante e mãe do filho recém-nascido do atleta, foi sequestrada, estrangulada e esquartejada por amigos de Bruno; a mando do ex-goleiro.
Um goleiro famoso ameaça sua ex-amante grávida. Os pedidos de ajuda da vítima são ignorados — o que leva a uma tragédia", diz a sinopse do documentário.
Relembre o crime que abalou a sociedade brasileira e descubra o que aconteceu com o ex-goleiro Bruno. Saiba mais!
Segundo matéria do Estado de Minas, a relação entre o goleiro Bruno e Eliza Samudio teria começado em 2008 — Bruno alega que só a conheceu em maio de 2009, em um churrasco no Rio de Janeiro e depois teve relações sexuais com a modelo em uma orgia na casa de um jogador do Flamengo (seu clube na época).
Assim, eles passaram a se encontrar recorrentemente, ignorando o fato de Bruno ser casado. Eliza ainda teria prometido deixar a prostituição para ficar com o goleiro, que por sua parte disse que se separaria de sua esposa.
Em agosto de 2009, Bruno terminou a relação após Samudio anunciar que esperava um filho do atleta; a atriz também teria se recusado a abortar o menino a pedido do goleiro, relatou a Veja.
Com a exposição do caso, a modelo passou a relatar sofrer agressões e ameaças do atleta do Flamengo. Naquele mesmo ano, a juíza Ana Paula Delduque Migueis Laviola de Freitas negou o pedido de proteção feito por Eliza, apontando que Samudio estava a "tentar punir o agressor sob pena de banalizar a finalidade da Lei Maria da Penha", relatou o Extra.
Bruninho nasceu em 10 de fevereiro de 2010, em São Paulo, cidade onde Eliza passou a morar, para de distanciar de Bruno, desde que descobriu a gravidez. O goleiro se recusou a assumir a paternidade do menino e pediu para que Eliza fosse até seu sítio, em Esmeraldas (interior de Minas Gerais) para os dois resolverem a situação. A modelo foi para a propriedade de Bruno, junto de seu filho, em 4 de junho daquele ano.
Segundo relatado pelo G1, no sítio, Elizafoi mantida em cárcere privado e, posteriormente, assassinada — provavelmente no dia 10. Já Bruninho foi deixado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).
No mês seguinte, um primo de Bruno, de 17 anos na época, que estava na residência do goleiro na Barra da Tijuca (RJ), afirmou ter dado uma coronhada em Eliza no imóvel. A modelo, desacordada, teria sido levada para Minas Gerais, onde foi esquartejada por traficantes (a mando do goleiro). Seus restos mortais teriam sido dados a cachorros rottweiler e seus ossos concretados, segundo o G1. A versão não foi confirmada pela Polícia.
Embora o corpo de Eliza Samudio jamais tenha sido encontrado, uma certidão de óbito foi expedida em seu nome — o documento aponta asfixia como causa da morte da modelo. A data provável de sua morte é o dia 10 de julho de 2010, segundo consta na investigação.
A prisão preventiva de Bruno foi emitida em julho daquele ano e, posteriormente, ele foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão (o que aconteceu com o ex-goleiro do Flamengo e que tinha projeções para jogar pela Seleção Brasileira será explicado mais abaixo).
Mas Bruno não foi o único responsável pelo crime. Segundo a denúncia, após Eliza ser enviada ao sítio do ex-goleiro, ela foi entregue ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos,também conhecido como Bola, que seria o responsável direto por asfixiá-la e desaparecer com o corpo. Bola também foi condenado a 22 anos.
Já Luis Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, comparsa de Bruno, foi condenado a 15 anos de prisão por cárcere e homicídio de Eliza e ocultação de cadáver. Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada de Bruno, foi condenada a 5 anos de prisão pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e Bruninho. Por fim, Dayanne Rodrigues,então esposa de Bruno, foi absolvida das acusações de sequestro e cárcere privado de Bruninho.
O goleiro Bruno foi revelado nas categorias de base do Atlético Mineiro e chegou a ter uma breve passagem pelo Corinthians antes de se transferir para o Flamengo — onde se tornou ídolo.
Por suas atuações no Rubro-Negro carioca, inclusive, Bruno chegou a ser cotado para defender a Seleção Brasileira e, no dia de sua prisão, relembra o Lance!, havia recebido uma proposta para jogar no Milan (Itália).
Em 2014, ainda enquanto estava em regime fechado, Bruno viveu uma polêmica ao assinar contrato com o Montes Claros FC (MG), sendo impedido pela Justiça de entrar em campo.
Na sua carreira no futebol, Bruno ainda jogou pelo Boa Esporte (MG), Poços de Caldas (MG) Rio Branco (AC) e Atlético Carioca (RJ) antes de pendurar as chuteiras oficialmente em 2021.
Bruno só conseguiu a progressão para o regime semi-aberto em 2018 e, desde janeiro de 2023, está em liberdade condicional. Em julho deste ano, 2024, conforme recorda o Globo Esporte, Bruno foi contratado pelo União do Bom Destino, time amador de Água Doce do Norte, no Espírito Santo, para disputar as semifinais do Campeonato Municipal de Água Doce do Norte — mas seu time foi eliminado.
Já na segunda semana deste mês de setembro, Bruno foi flagrado trabalhando em uma nova profissão na cidade de Rio das Ostras, no litoral do Rio de Janeiro. Conforme repercutido pela CNN, o ex-goleiro foi gravado enquanto trabalhava como entregador de imóveis.
