Dona de uma voz única, Winehouse completaria 39 anos nesta quarta-feira, 14
Nascida em Enfield, na Inglaterra, em 14 de setembro de 1983, a garota Amy Winehouse fez questão de tentar a fama no mundo da música durante anos. Tímida, via um refúgio na música quando integrada a comunidade judaica, se aperfeiçoando junto ao pai, Mitchell, que era cantor amador nas horas vagas de seu emprego como taxista. A figura do pai influenciava a garota na música, mas, por outro lado, oprimia sua posição feminina.
Durante anos, Amy presenciou o pai traindo sua mãe, Janis, sendo de conhecimento de todos os filhos. O sofrimento do divórcio atritado resultou em uma divisão familiar que se converteu em rebeldia.
Aos 15 anos de idade, desenvolveu bulimia, porém, foi ignorada pela mãe, que acreditou que a compulsão alimentar e a indução dos vômitos eram apenas fases de sua adolescência.
Ao completar a maioridade, passou a fazer parte da National Youth Jazz Orchestra como uma das vocalistas, que lhe rendeu, dois anos depois, um contrato com a empresa de agenciamento de artistas Brilliant! — posteriormente adquirida pelo empresário da música Simon Fuller.
Mesmo com os atritos pessoais, a disputa de gravadoras para investir na jovem talentosa possibilitou que Amy saísse de casa e encaminhasse sua carreira longe dos problemas familiares.
Seu primeiro disco recebeu uma projeção notória no Reino Unido, sendo creditada como uma das melhores artistas reveladas no ano de 2004. Porém, o processo constante de divulgação e as insanas rotinas de show resultaram em um bloqueio criativo na compositora. Após o fim de sua turnê, Amy chegou a afirmar que ficou 18 meses sem escrever por exaustão. Para piorar, começou a namorar Blake Fielder-Civil.
Em uma relação regada a substâncias psicoativas e bebidas alcoólicas, Amy descobriu que Blake já tinha uma namorada e que a cantora era uma amante. O rapaz preferiu deixar Amy, mas os hábitos do casal prosseguiram em sua vida pessoal, integrando a droga na rotina. Por outro lado, a decepção amorosa rendeu boa parte das composições do disco "Back to Black"— maior sucesso comercial da carreira da artista.
Gravado em cinco meses e contendo o single "Rehab" — que posteriormente foi considerada a música mais influente da década pelo jornal britânico The Telegraph — Amy emergiu internacionalmente com os sucessos do álbum, mas passou a sofrer novamente com a rotina. Afundada em drogas, tornou-se uma alvo de chacotas da imprensa por realizar diversas aparições com machucados e embriagada.
Em 2007, no mesmo ano em que seu disco foi o mais vendido do mundo, os cancelamentos de apresentações se tornavam frequentes. Amy ainda retomou o relacionamento com Blake, que juntos, foram internados em uma clínica de reabilitação no ano seguinte, impossibilitando a cantora a comparecer na premiação do Grammy de 2008 — mesmo sendo premiada em seis categorias.
O frequente assédio midiático com a decadência de sua saúde rendeu uma ordem judicial para que os paparazzi se afastassem da artista. Após o disco, preferiu fazer um hiato, onde concretizou o divórcio com Blake — após descobrir uma nova traição — e preferiu focar em projetos paralelos.
Também reiniciou o tratamento contra o alcoolismo, no entanto, a constante oscilação entre as grandes quantidades e a abstinência prejudicava ainda mais seu desempenho nos palcos. Todavia, o pior aconteceu.
Em 23 de julho de 2011, seu segurança a encontrou sem vida no apartamento em Londres. Em abstinência, sua médica chegou a visita-la no dia seguinte, após ser chamada para ajudar em uma recaída.
Mesmo sem consumir uma quantia que resultaria em overdose, o consumo abusivo feito na noite de seu colapso resultou em uma intoxicação, levando Amy a óbito aos 27 anos de idade.