Entre as falas do presidente destacam-se a de “racismo é algo raro no Brasil” e “cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós”
Segundo um estudo feito pela organização Terra de Direitos e pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), intitulado “Quilombola contra racistas”, entre janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2021, 94 discursos racistas foram proferidos por autoridades públicas, sejam federais, estaduais ou municipais.
O levantamento aponta que o presidente Jair Bolsonaro — junto de Sérgio Camargo (presidente da Fundação Cultural Palmares) — foi a pessoas que mais proferiu discursos considerados racistas; o qual o estudo define como “qualquer manifestação que promova, incite ou induza à discriminação racial”.
O artigo aponta que tipo de discurso mais recorrente diz respeito ao “reforço de estereótipos racistas” (constatado em 39 casos); seguido de “negação da existência do racismo” (24) e “incitação à restrição de direito” (18).
“Esses números representam práticas constantes de governos autoritários, racistas e excludentes que usam as instituições públicas para manifestar suas patologias, tipo racismo, homofobia, entre outras”, aponta a co-fundadora da Conaq, Givânia Silva, ao Congresso em Foco.
É dever de todo cidadão e cidadã se manifestar contra esses males. Quem se cala colabora e até financia práticas como essas”, completou.
Entre as falas de Bolsonaro, destacam-se as afirmações que apontam que o “racismo é algo raro no Brasil” e a de que “cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós”. Já à Camargo estão atrelados aspas como “orgulho do cabelo é ridículo para o negro” e quando ele disse que o Dia da Consciência Negra era o “dia da vitimização do negro”.
Abaixo, confira um vídeo feito pelo Congresso em Foco com um compilado de falas racistas proferidas por autoridades públicas: