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Notícias / Naufrágio

Teste de DNA revela identidade de vítima de naufrágio que foi canibalizada

Navio britânico tentava atravessar a Passagem do Noroeste, no Ártico, quando naufragou com 129 tripulantes a bordo, no ano de 1848

por Giovanna Gomes
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Publicado em 27/09/2024, às 16h40

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Gravura ilustrando o naufrágio do navio - Wikimedia Commons
Gravura ilustrando o naufrágio do navio - Wikimedia Commons

Uma expedição composta por 129 tripulantes e liderada pelo oficial da Marinha Real Britânica John Franklin enfrentou um destino trágico enquanto tentava atravessar a Passagem do Noroeste, no Ártico, no ano de 1848. A embarcação acabou naufragando e o incidente se tornou um dos maiores desastres na história das explorações polares britânicas.

Décadas mais tarde, ossos de marinheiros foram encontrados em uma ilha da região, exibindo sinais de canibalismo. Agora, 176 anos depois, a identidade de uma dessas vítimas foi revelada.

Graças a testes de DNA e estudos genealógicos, cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá conseguiram confirmar que os restos mortais em questão pertencem ao capitão do navio, James Fitzjames.

Um dente encontrado no local do naufrágio foi comparado com amostras de DNA de um parente distante do capitão, permitindo a confirmação do parentesco. Esse avanço foi publicado recentemente na revista Journal of Archaeological Science, de acordo com o portal Galileu.

Canibalismo

A tragédia da Expedição Franklin envolveu condições extremas que culminaram em atos de desespero, incluindo o canibalismo entre os sobreviventes. A teoria foi corroborada nos anos 1990, quando análises arqueológicas revelaram marcas de corte em muitos dos restos mortais, incluindo nos ossos de Fitzjames.

A última mensagem da missão foi escrita pelo próprio Fitzjames em 1848, antes de os últimos membros da tripulação abandonarem os navios HMS Erebus e HMS Terror. A carta, encontrada na Ilha King William, relatava a morte de Sir John Franklin e mencionava as grandes perdas humanas sofridas.

"O que exatamente estava acontecendo naquele local que os levou a esse ponto?", questionou o pesquisador Douglas Stenton. "Isso foi canibalismo de sobrevivência e foi uma medida muito desesperada que alguns dos homens tomaram – e, infelizmente, isso só prolongou seu sofrimento. É um nível incrível de desespero que eles devem ter suportado.”