Nova teoria sugere que a gravidade pode ser indício de que todos vivemos uma simulação virtual, em vez de um universo real; entenda!
Publicado em 29/04/2025, às 13h00
Desde o lançamento de 'Matrix' em 1999, se tornou amplamente difundida pela cultura pop a teoria de que toda a realidade conhecida e o universo em que vivemos não passa de uma simulação. Porém, segundo um cientista da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, essa premissa pode não ser mera ficção científica.
Para o professor de física Melvin Vopson, um indício de que todos podemos viver uma simulação virtual é a gravidade; e, nas palavras dele, em novo artigo, o universo seria basicamente o "computador supremo".
Além disso, no artigo, Vopson também pontua que a atração da gravidade, tanto na Terra quanto no restante do espaço sideral, nada mais é que uma manifestação do universo de tentar manter sua vasta quantidade de dados organizada. Ao forçar objetos com massa em uma direção, o universo supostamente atuaria de maneira semelhante a como computadores comprimem códigos.
"O universo evolui de uma forma que o conteúdo de informação nele contido é comprimido, otimizado e organizado — assim como os computadores e os códigos de computador", explica o físico ao MailOnline. "Portanto, a gravidade parece ser outro processo de compressão de dados em um universo possivelmente simulado".
No novo estudo, publicado no AIP Advances, Vopson relata que a gravidade pode ser uma das várias pistas cotidianas que servem de "evidência de um universo computacional". Isso porque a atração gravitacional colabora diretamente com a redução da "entropia da informação" — basicamente, a quantidade de informação existente em um objeto, em um determinado espaço.
Dessa forma, o estudo apresenta uma maneira diferente de se pensar a gravidade, não meramente como uma força de atração, mas sim como algo que reflete a tentativa do universo de se manter organizado. "Minhas descobertas neste estudo condizem com o pensamento de que o universo pode funcionar como um computador gigante, ou que nossa realidade é uma construção simulada", destaca Vopson.
Além disso, conforme repercute o Daily Mail, o pesquisador ainda enfatiza que não fala exclusivamente da atração gravitacional existente na Terra, mas sim sobre a força que existe em todo o universo. No espaço, a gravidade possui diversas funções, sendo responsável inclusive pela formação de galáxias inteiras, puxar planetas para as órbitas de suas estrelas e influenciar o movimento de outros objetos próximos.
Assim, a matéria e os objetos podem estar sendo unidos no espaço por conta do universo, que tenta manter as informações organizadas e comprimidas, segundo a teoria de Vopson. "Para simplificar, é mais fácil calcular todas as propriedades e características de um único objeto no espaço, em vez de vários objetos. É por isso que os objetos no espaço são atraídos", pontua o físico.
Melvin Vopson já é conhecido na comunidade científica por ser o formulador do princípio de que a informação não é apenas uma entidade matemática abstrata, mas sim uma espécie de "quinto estado físico e dominante da matéria". Com isso, ele argumenta que até mesmo a informação possui massa, e todas as partículas elementares armazenam informações sobre si mesmas.
Em paralelo, ele também acredita que os bits — unidades de informação digital, comuns em computadores — possuem sua própria massa e energia, o que implica diretamente em tecnologias de computação, física e cosmologia. Em um artigo anterior, inclusive, ele estabeleceu uma nova lei da física, que chamou de "segunda lei da dinâmica da informação", para tentar explicar o comportamento da informação.
Essa lei estabelece que a "entropia", ou desordem, em um sistema de informação apenas diminui, em vez de aumentar. Isso surpreendeu na época em que a lei foi descrita, pois é o oposto da segunda lei da termodinâmica, estabelecida na década de 1850, que explica o motivo de não podermos desfazer um ovo já cozido, ou por que um corpo não pode se desfazer sozinho.
Porém, a segunda lei da infodinâmica explica o comportamento da informação de uma maneira que, antes, não era possível. "A segunda lei da infodinâmica exige a minimização do conteúdo de informação associado a qualquer evento ou processo no universo", explica Vopson. "Simplificando, tudo parece evoluir para um estado de equilíbrio onde o conteúdo de informação é mínimo. Tal comportamento lembra totalmente as regras utilizadas em linguagens de programação e codificação de computadores".