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Notícias / Implante cerebral

Suíça: Após receberem implantes cerebrais, pacientes voltam a andar

Os pacientes, que antes dependiam de dispositivos auxiliares para se locomover, conseguiram até mesmo subir escadas após receberem implante

por Giovanna Gomes
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Publicado em 03/12/2024, às 07h32

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Pacientes conseguiram voltar a andar com uso de implante - Divulgação/Nature Medicine
Pacientes conseguiram voltar a andar com uso de implante - Divulgação/Nature Medicine

Dois pacientes com medula espinhal parcialmente danificada conseguiram voltar a andar e até subir escadas após receberem um implante cerebral inédito na Suíça. Ambos dependiam anteriormente de dispositivos auxiliares para se locomover. Os resultados dessa pesquisa foram publicados nesta segunda-feira na revista Nature Medicine.

"Nosso estudo identifica o hipotálamo lateral como uma região cerebral crítica para a recuperação da marcha após uma lesão medular incompleta. Esta descoberta foi inesperada, uma vez que esta área cerebral estava tradicionalmente associada a funções como a excitação e a alimentação", explicou o cientista Gregoire Courtine, da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), ao jornal El Mundo.

Segundo Courtine, a estimulação do hipotálamo lateral permitiu ativar vias neuronais residuais, promovendo a recuperação motora. Como destaca o portal Extra, o estudo teve início com experimentos em ratos, com cientistas utilizando adenovírus, e evoluiu posteriormente para testes clínicos em humanos com técnicas neurocirúrgicas e estimulação elétrica por eletrodos implantados.

A equipe projetou um implante capaz de estimular essa região cerebral com precisão. "Usando técnicas de imagem de alta resolução, mapeamos o cérebro e identificamos o local ideal para colocar o implante", explicou Quentin Barraud, diretor da Divisão Mecanística do Defitech Center for Interventional Neuroterapias e colaborador de Courtine.

Longo caminho

Barraud ressalta que ainda há um longo caminho até que essa tecnologia esteja amplamente disponível para pacientes. A equipe trabalha na validação do método junto aos órgãos reguladores, com a expectativa de que, no futuro, o avanço também beneficie pessoas com paralisia causada por AVC, lesões cerebrais traumáticas, distúrbios neurológicos degenerativos e Parkinson.