A sobrevivente do Holocausto Ivette Shmilovitz, de 95 anos, foi morta em um ataque com mísseis iranianos na região central de Israel
Uma sobrevivente do Holocausto foi morta em um ataque com mísseis iranianos na região central de Israel em 16 de junho, segundo autoridades locais. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 23, pela página oficial do município de Petah Tikva no Facebook.
Ivette Shmilovitz, de 95 anos, estava em um prédio vizinho ao que foi atingido diretamente e morreu em decorrência da onda de choque. Ela deixa três netas e quatro bisnetos.
Outras três pessoas também morreram no ataque: Yaakov e Hadassah Belo, ambos de 77 anos, e Daisy Yitzhaki, de 85. Em nota, a prefeitura lamentou as mortes, descrevendo as vítimas como “queridas e amadas pessoas, cujo único pecado foi querer viver uma vida pacífica e segura”.
Segundo as autoridades, os Belo estavam abrigados em seu quarto seguro quando o míssil, equipado com uma ogiva de alto poder destrutivo, atingiu o prédio de 20 andares. A explosão ocorreu exatamente entre dois desses quartos, que não suportaram o impacto. Yitzhaki estava no andar acima do ponto de impacto, mas fora do cômodo reforçado. Sua cuidadora também ficou ferida, de acordo com o portal Ynet.
Embora os chamados “quartos seguros” sejam considerados áreas de proteção adequadas contra estilhaços e ondas de choque, especialistas alertam que esses espaços, por estarem dentro dos apartamentos, não têm a mesma capacidade de resistência que os abrigos subterrâneos públicos em caso de impacto direto de mísseis de grande porte.
A guerra entre Irã e Israel, iniciada em 13 de junho após um ataque israelense ao território iraniano, já deixou mais de 600 mortos no Irã e 25 em Israel, segundo dados divulgados pela ONU. O governo iraniano também contabiliza 3.056 feridos em decorrência de bombardeios com mísseis e drones.
Israel afirma que sua ofensiva tem como objetivo impedir o avanço do programa nuclear iraniano. No entanto, o país é, até hoje, o único no Oriente Médio que possui armas nucleares.
Desde o início do conflito, ataques israelenses mataram oito altos comandantes da Guarda Revolucionária iraniana: Amir Ali Hajizadeh, Mahmoud Bagheri, Davoud Sheikhian, Mohammad Bagher Taherpour, Mansour Safarpour, Masoud Tayeb, Khosrow Hassani, Javad Jursara e Mohammad Aghajafari.
No domingo, 22, os Estados Unidos também entraram diretamente no conflito, atacando três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan. “Concluímos nosso ataque muito bem-sucedido”, afirmou o presidente Donald Trump em publicação nas redes sociais.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) convocou uma reunião de emergência. Em meio à escalada da crise, o órgão alertou que um possível ataque ao reator nuclear de Bushehr, localizado na cidade portuária ao sul de Teerã, poderia resultar em uma “catástrofe nuclear”.