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Notícias / Papa Francisco

Saiba quem é a freira que quebrou protocolo no velório do Papa Francisco

Genevieve Jeanningros, de 81 anos, rompe protocolo ao chorar ao lado do caixão; conheça a religiosa franco-argentina que tinha amizade com Francisco

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 24/04/2025, às 16h30 - Atualizado às 16h31

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Irmã Geneviève Jeanningros acompanha mulher trans em encontro com o papa Francisco - Reprodução/Vatican Media
Irmã Geneviève Jeanningros acompanha mulher trans em encontro com o papa Francisco - Reprodução/Vatican Media

A cena que comoveu fiéis e religiosos no início do funeral do Papa Francisco, iniciado na última quarta-feira, 23, na Basílica de São Pedro. A freira franco-argentina Genevieve Jeanningros, de 81 anos, foi amparada por um segurança ao se aproximar do caixão do pontífice e, aos prantos, permaneceu alguns minutos em silêncio, despedindo-se de um dos maiores aliados de seu trabalho com comunidades marginalizadas.

O momento foi considerado uma quebra de protocolo, já que a despedida junto ao corpo estava inicialmente reservada a cardeais, bispos e padres. Ainda assim, a presença da irmã foi recebida com respeito e reverência — reflexo da relação próxima e significativa que manteve com o Papa ao longo de seu pontificado.

Amizade

Membro da Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus, Jeanningros vive há mais de cinco décadas entre comunidades LGBTQIA+ e foi responsável por promover encontros inéditos entre o Papa Francisco e pessoas excluídas pela sociedade e, muitas vezes, pela própria Igreja. Entre eles, ciganos, nômades, pessoas trans, casais homoafetivos e até circenses.

A amizade entre a freira e Francisco teve início após sua eleição, quando ela lhe escreveu contando a história da tia missionária, Léonie Duquet, desaparecida durante a ditadura militar argentina. A troca de cartas se transformou em um vínculo contínuo, marcado por visitas semanais à Praça São Pedro e gestos afetuosos, como o costume de levar empanadas argentinas ao Papa.

"Por meio de uma irmã dos EUA, fizemos uma família vir a Roma para saudar o Papa. Eles tinham perdido o filho, um médico gay que morreu de Covid e não teve funeral na Igreja. O pai disse: 'Não acredito mais nessa Igreja'. Francisco os abençoou… E eles recomeçaram, em todos os sentidos", contou Jeanningros.

Nos últimos anos, o Papa também chegou a visitar a freira em Óstia, cidade onde ela vive em um trailer com a irmã Anna Amelia. Segundo a CNN, em uma audiência geral no Vaticano, em 2024, os dois se cumprimentaram com carinho diante da multidão — mais um gesto de uma amizade que transcendeu fronteiras, dogmas e convenções.