Após críticas e polêmica nas redes sociais, projeto do 'Largo da Batata Ruffles' é suspenso pela prefeitura de São Paulo
A Prefeitura de São Paulodecidiu suspender o acordo que transformaria o Largo da Batata, em Pinheiros, no "Largo da Batata Ruffles". A iniciativa, que previa a exploração da marca PepsiCo em todo o espaço, gerou grande polêmica e críticas por parte da população, de urbanistas e de políticos.
A PepsiCo ofereceria melhorias no espaço público, como a instalação de wi-fi gratuito, reforma de equipamentos esportivos e paisagismo, em troca da exploração da marca e da possibilidade de utilizar o espaço para ações de marketing. A empresa já havia anunciado o acordo e iniciou uma campanha de divulgação, inclusive com a mudança do nome do local em suas comunicações.
"A companhia reitera que seguiu todas as diretrizes do processo administrativo com a SubPrefeitura de Pinheiros e que a iniciativa não contempla a mudança do nome do Largo da Batata (naming rights). A PepsiCo aguarda a avaliação dos demais órgãos competentes ligados à Prefeitura para definir a continuidade da ação", destacou a empresa em nota.
A principal crítica ao acordo era a falta de transparência e a possibilidade de privatização de um espaço público. A cessão do espaço para a PepsiCo foi feita sem licitação, e a exploração da marca em um local público gerou questionamentos sobre a Lei Cidade Limpa, que restringe a publicidade em espaços urbanos.
Além disso, muitos consideraram que a iniciativa representava uma venda de um bem público para uma empresa privada, e que as melhorias oferecidas pela PepsiCo já deveriam ser garantidas pelo poder público.
A Prefeitura de São Paulo decidiu suspender o acordo e enviar o projeto para análise da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), informa o jornal O Globo. A gestão Ricardo Nunes justificou a decisão pela necessidade de "reanálise documental e tempo hábil para manifestação da CPPU".
A PepsiCo, por sua vez, afirmou que a iniciativa visava melhorar o espaço público e que a empresa seguiu todas as diretrizes do processo administrativo. A companhia ressaltou que não houve mudança oficial do nome do Largo da Batata, mas apenas a utilização da marca em suas comunicações.
"É uma coisa bem confusa porque o decreto não permite que use as imagens em qualquer lugar e que assuma um logradouro público. Não teve o naming rights, ele não ganhou direitos de colocar o nome, mas na verdade foi propaganda. Só que fica a impressão de que eles mudaram o nome, disse o vereador Nabil Bonduki em pronunciamento.
Com a suspensão do acordo, o futuro do Largo da Batata é incerto. A CPPU deverá analisar o projeto e emitir um parecer sobre a viabilidade da parceria com a PepsiCo.