A ligação é controversa, mas há historiadores que defendam que a francesa Charlotte Lobjoie teve um filho com ele em 1918
Fábio Marton Publicado em 05/04/2018, às 12h48 - Atualizado às 14h16
O quadro batizado de "Retrato de uma Garota" por seus donos (não Hitler), retrata uma camponesa sob o sol, segurando um forcado.
Assinado como "A. Hitler 1916", apareceu primeiro em 1967, comprado por industriais holandeses em um leilão. E deve ir novamente ao leilão semana que vem. Segundo informações da Reuters, a casa de leilões alemã anunciou a venda como o retrato de Charlotte Lobjoie, amante do então cabo do exército alemão (e eterno aspirante a artista) Adolf Hitler.
Lobjoie teve um filho ilegítimo em 1918, de um militar alemão não identificado. Se esse filho, Jean-Marie Loret, que morreu em 1985, era mesmo filho de Hitler, é um tópico controverso.
Jean-Marie defendeu até o fim que sua mãe confessou no leito de morte que seu pai era Hitler. O principal defensor da tese de que ele não estava mentindo foi o historiador Werner Maser, o mesmo a identificar Charlotte no quadro. Até o fim de sua vida, em 2007, escreveu múiltiplos tomos sobre o ditador, e era bastante respeitado em geral. Mas essa teoria em particular é muito contestada: o próprio Maser, ao entrevistar Alice, a irmã de Charlotte, ouviu que ela lembrava da face do amante da irmã e não era a de HItler.
A banca está em aberto: em 2012, um exame revelou que Jean-Marie tinha o mesmo tipo sanguíneo e uma letra parecida com o Fuher. Evidências não exatamente definitivas.
Hitler famosamente foi um pintor frustrado, que teve sua admissão na Academia de Artes de Viena rejeitada em 1907, que não viu talento no jovem pintor competente, mas sem brilho. Notaram que havia "poucas cabeças" em suas pinturas e recomendaram que fizesse arquitetura no lugar.
Para quem tem gosto, em vários níveis, duvidoso, o lance inicial é 60 mil euros (R$ 244,050).
