Cientistas publicam nesta sexta-feira, 28, uma carta exigindo a devolução do fóssil do Irritator challengeri
Nesta sexta-feira, 28, pesquisadores brasileiros e europeus se unirão para publicar uma carta conjunta solicitando a restituição ao Brasil do fóssil do dinossauroIrritator challengeri, atualmente sob posse na Alemanha, após ter sido contrabandeado do país.
O fóssil em questão é considerado o crânio mais completo e bem preservado dos dinossauros de sua espécie, tendo sido objeto de um artigo científico publicado em maio deste ano por cientistas alemães e franceses. Nessa nova análise do crânio, foram alcançadas conclusões inéditas sobre a espécie. As informações são do portal G1.
No estudo recente, os pesquisadores europeus reconheceram o "status possivelmente problemático" do fóssil, adquirido pelo Museu Estadual de História Natural de Stuttgart de um comerciante de fósseis em 1991. O comerciante, por sua vez, teria importado o fóssil para a Alemanha antes de 1990.
O problema reside no fato de que, desde 1942, todos os fósseis encontrados em território brasileiro são propriedade da União e não podem ser comercializados. A exportação para fins científicos requer autorização governamental, não sendo permanente e normalmente exigindo o envolvimento de cientistas brasileiros nas pesquisas.
Os pesquisadores europeus não apresentaram as condições adequadas no caso do Irritator, o que causou indignação na comunidade científica.
Diante disso, a carta endereçada à ministra da Ciência, Pesquisa e Arte do Estado de Baden-Württemberg, onde está localizado o Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, pede que seja realizada uma revisão sistemática da proveniência e da aquisição legal dos fósseis brasileiros nas coleções do Estado, em conformidade com a legislação brasileira.