Os restos mortais foram localizados na costa da Papua-Nova Guiné, como parte de uma expedição liderada por um bilionário australiano
Os restos mortais dos tripulantes de um bombardeiro abatido durante a Segunda Guerra Mundial foram descobertos na Papua-Nova Guiné. O bombardeiro A9-186 foi destruído por armas antiaéreas durante um ataque em setembro de 1943, há oitenta anos. No entanto, os especialistas conseguiram identificar os corpos usando fragmentos ósseos encontrados no local.
Em 2020, o avião foi localizado pela Força Aérea Real australiana a uma profundidade de 42 metros, e a identificação dos corpos foi realizada por meio de testes de DNA. Foram necessários, aproximadamente, 50 mergulhos para confirmar a identificação da aeronave. Ao chegar no local, os especialistas encontraram fragmentos ósseos testados para identificar a tripulação.
De acordo com especialistas, os corpos submersos na água, se não forem deteriorados pelos desgastes causados por peixes e outros animais no fundo do mar, podem ser preservados por um período muito maior do que em um caixão convencional.
Neste caso, os fragmentos provavelmente foram preservados pelo frio e pela pressão da água, após o corpo começar o processo de decomposição uma década após o afundamento.
Conforme repercutido pelo jornal O Globo, na etapa seguinte da decomposição, apenas alguns ossos quebrados permanecem devido à deterioração do colágeno, resultando em uma estrutura solitária de cálcio quebradiço. Assim, os fragmentos de ossos foram encontrados no interior do bombardeiro.
Os testes confirmaram que os restos mortais pertencem aos sargentos Clement Batstone Wiggins, de 28 anos, e Russell Henry Grigg, de 34 anos. Desde então, a busca pelos restos mortais dos outros membros da tripulação aérea, como Albert Beckett, de 22 anos, e Gordon Lewis Hamilton, de 26 anos, foi abandonada até então.
É um ambiente bastante desafiador por causa dos crocodilos de água salgada e da baixa visibilidade. É muito desafiador, depois de 80 anos em água salgada, obter uma identificação positiva”, explicou o líder da expedição, Steve Burnell, ao canal de televisão CBS.
“A placa de identificação da aeronave e a alavanca da cabine foram recuperadas no local e serão devolvidas à Austrália”, acrescentou o comunicado divulgado pelas autoridades de Papua-Nova Guiné.
As buscas pelos destroços de aeronaves da Segunda Guerra Mundial na costa da Papua-Nova Guiné são lideradas pelo bilionário australiano Andrew Forrest. O empresário busca o avião de seu tio, David Forrest, que desapareceu em combate aos 22 anos, em 1943. A aeronave de David foi avistado pela última vez quatro meses antes do ataque que derrubou o bombardeiro A9-186.
David Forrest partiu em uma missão noturna para atacar uma base japonesa na vila de Gasmata, localizada na parte sul da ilha. Desde então, ele e os outros tripulantes do bombardeiro nunca mais foram encontrados.
Continuamos esperançosos em nossa busca por meu falecido tio David e seus companheiros de tripulação. Nunca desistiremos até encontrá-los", afirmou Andrew em um comunicado.