Pesquisadores descobriram artefatos reveladores e hábitos alimentares curiosos em sítio arqueológico na Grã-Bretanha, comparado a Pompéia
Um sítio arqueológico extraordinário na Grã-Bretanha, frequentemente comparado a Pompéia devido à sua notável preservação, continua a revelar segredos sobre a vida dos antigos britânicos.
A Must Farm, localizada em Peterborough, tem sido alvo de intenso estudo, com uma nova pesquisa oferecendo uma visão ampliada do cotidiano de povos de tempos muito antigos.
Os pesquisadores da Universidade de Cambridge conduziram uma análise minuciosa dos artefatos desse assentamento da Idade do Bronze. Entre as descobertas mais surpreendentes, estão evidências de uma vida doméstica confortável e uma dieta que incluía carne de veado com cobertura de mel e mingau de carne.
A Must Farm, que tinha menos de um ano quando foi destruída por um incêndio devastador, revelou-se um tesouro arqueológico. Escavações realizadas pela Unidade Arqueológica de Cambridge ao longo de uma década revelaram uma variedade de artefatos, desde joias importadas até uma lixeira para reciclagem de ferramentas.
Uma análise química dos artefatos revelou detalhes fascinantes sobre a alimentação dos habitantes. Tigelas de cerâmica continham vestígios de mingau de trigo misturado com gorduras animais, possivelmente de cabra ou veado, segundo o Daily Mail.
Os pesquisadores encontraram até mesmo uma espátula de madeira quebrada, utilizada para mexer a comida. Dr. Chris Wakefield, arqueólogo do projeto, destacou a importância dessas descobertas em um comunicado:
O sítio está nos fornecendo dicas de receitas para cafés da manhã e jantares assados da Idade do Bronze", escreveu.
Além da alimentação, os habitantes da Must Farm também tinham suas preferências na caça e pesca. Cortes de carne favoritos, como as patas dianteiras de javali, eram comuns, enquanto peixes como lúcios e douradas eram apreciados pratos.
A estrutura da Must Farm também intrigou os arqueólogos. Casas redondas de madeira construídas sobre palafitas acima do rio ofereciam um ambiente único. O assentamento, que abrigava cerca de 60 pessoas, apresentava passarelas conectando as casas principais.
Desde sua descoberta em 1999 até as escavações iniciadas em 2015, a Must Farm tem sido objeto de intensa investigação. A riqueza de descobertas, incluindo conjuntos de ferramentas, ornamentos e bens pessoais, destaca a importância deste sítio arqueológico único.
“Esses itens percorreriam gradualmente milhares de quilômetros em uma longa série de pequenos negócios”, disse o Dr. Wakefield.
O estudo, publicado em dois volumes online, oferece uma visão aprofundada de uma sociedade antiga e suas práticas cotidianas.