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Notícias / Descobertas

Nova espécie de peixe é avistada no arquipélago mais afastado do litoral brasileiro

Em julho de 2023, especialistas de todo o país se reuniram há mil quilômetros do litoral brasileiro, na região da Ilha da Trindade, para a descoberta da nova espécie

Redação Publicado em 04/08/2023, às 16h44

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Imagem da Ilha de Trindade - Reprodução/Wikimedia Commons/Simone Marinho
Imagem da Ilha de Trindade - Reprodução/Wikimedia Commons/Simone Marinho

No final de julho de 2023, especialistas de universidades de todo o país, liderados pela Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), encontraram uma nova espécie de peixe há mil quilômetros do litoral brasileiro, especificamente na região da Ilha da Trindade

Habitualmente chamado de peixe-ventosa, o exemplar pertence ao gênero Acyrtus e foi classificado como Acyrtus simon, em homenagem a Thiony Simon, que possui um doutorado em biologia animal pela Ufes, e faleceu durante um mergulho.

O time que identificou a nova espécie é integrado por pesquisadores do Laboratório de Ictiologia da Ufes, da California Academy of Sciences, do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo e do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, todos com o apoio da Marinha brasileira. 

Conforme repercutido pelo UOL, expedições para a Ilha de Trindade iniciaram-se em 1995, e outros exemplares do gênero Acyrtus foram coletados em 2009 por João Luiz Gasparini, biólogo e taxonomista do IctioLab, e Hudson Pinheiro, cientista da USP. 

Mundo novo 

Gasparini relembrou as muitas expedições realizadas ao longo dos anos na Ilha de Trindade e qual o propósito delas durante uma entrevista ao G1:

Em 1995, observei um exemplar. Já fui oito vezes para Trindade. Acho que, somando todas as viagens, eu fiquei quase 100 dias na ilha fazendo mergulhos científicos autônomos com cilindros. Mas só depois conseguimos mais exemplares e conseguimos realizar as comparações e investigações que possibilitaram descrever a espécie", contou o biólogo ao G1.

João também esclareceu que a Ilha da Trindade e o Arquipélago Martin Vaz são novos universos a serem explorados, que sua formação vulcânica e a distância do litoral culminaram na presença de espécies que não são encontradas em outro lugar. Lembrando que o acesso à ilha é administrado pela Marinha brasileira.

O complexo insular oceânico é um éden para pesquisas. Uma imensidão de seres marinhos e mesmo terrestres nas escarpas da ilha e em sua floresta de samambaias gigantes", disse o pesquisador. "O isolamento geográfico é muito importante para você ter espécies que evoluíram ali naquele ambiente. Tem mais um tanto de espécies que são endêmicas que são da Ilha da Trindade", concluiu durante sua conversa com o G1.