Datado do século 6 a.C., naufrágio foi encontrado ao lado de seis âncoras antigas na região de Santa Maria del Focallo, na Sicília, Itália
Publicado em 11/12/2024, às 14h00
Recentemente, arqueólogos italianos descobriram nas águas rasas de Santa Maria del Focallo, na Sicília, Itália, um impressionante naufrágio de 2.500 anos, durante uma escavação subaquática. Ao lado da embarcação, também foram encontradas seis âncoras antigas.
Liderada por uma equipe interdisciplinar do Departamento de Estudos de Humanidades e Patrimônio Cultural da Universidade de Udine e da Superintendência do Mar da Sicília, a escavação foi apoiada pela Unidade de Mergulho da Guarda Costeira de Messina e pela Autoridade Portuária de Pozzallo.
O local foi documentado a partir da técnica de fotogrametria subaquática avançada, que permitiu aos pesquisadores criar um modelo 3D preciso do naufrágio, para uma análise mais aprofundada. Durante as buscas, também foram coletadas várias amostras da madeira do navio, a fim de identificar os materiais usados em sua construção e as condições do ambiente da época.
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Conforme descrito em comunicado da Soprintendenza del Mare, o naufrágio estava enterrado a cerca de seis metros de profundidade, e data de entre os séculos 6 a.C. e 5 a.C. Já sobre sua construção, foi apontado pelos especialistas que foi feita a partir da técnica "su guscio", que consiste em unir firmemente tábuas de madeira com juntas de cauda de andorinha e grampos, de forma a criar, assim, um casco autossustentável.
Esse apontamento permite aos pesquisadores compreender mais detalhes sobre como eram avançadas as técnicas de construção naval, mesmo em tempos tão remotos. No entanto, os mais de 20 séculos de exposição à água e organismos que perfuram a madeira fragilizaram bastante a estrutura.
Este naufrágio fornece evidências tangíveis de trocas comerciais e culturais durante uma era crucial quando gregos e fenícios disputavam o domínio marítimo", afirma em comunicado o professor Massimo Capulli, que leciona arqueologia subaquática e naval na Universidade de Udine e é coordenador do Projeto Kaukana, responsável pelas escavações.
Mas, além disso, também foi descoberto próximo ao naufrágio seis âncoras antigas, de diferentes períodos. Delas, quatro eram de pedra pré-histórica, e duas tinham forma em "T" invertido, datadas do século 7 d.C.. Essas descobertas, conforme repercute o Archaeology News, refletem o quão longa é a história da região como importante centro de atividade marítima.