Redigido por volta de 1139, o texto teria sido encontrado nos arquivos secretos do Vaticano e, segundo seus intérpretes, descreve todos os papas
A morte do Papa Francisco trouxe de volta aos holofotes um antigo e enigmático manuscrito do século 12: a chamada "Profecia dos Papas", atribuída a São Malaquias.
Redigido por volta de 1139, o texto teria sido encontrado nos arquivos secretos do Vaticano e, segundo seus intérpretes, descreve todos os papas até o fim dos tempos — incluindo o sucessor imediato de Francisco.
A profecia consiste em 112 frases curtas e simbólicas, cada uma representando um pontífice, começando com Celestino II, em 1143, e encerrando com “Pedro, o Romano”, o suposto último papa, que lideraria a Igreja em meio a grande tribulação até a destruição de Roma. A previsão final sugere que esse período culminaria no Dia do Juízo Final.
O trecho mais alarmante do texto diz: "Na perseguição final da Santa Igreja Romana, reinará Pedro, o Romano, que apascentará seu rebanho em meio a muitas tribulações, após as quais a cidade das sete colinas será destruída e o terrível Juiz julgará o povo. Fim."
Coincidência ou não, três dos nove principais nomes cotados para assumir o papado se chamam Pedro — o que tem alimentado ainda mais o misticismo em torno da sucessão de Francisco. Para muitos cristãos, a profecia reforça a crença de que o ano de 2027 pode marcar a Segunda Vinda de Cristo.
Com a morte do Papa, o processo de sucessão — o conclave — deve começar entre 15 e 20 dias após o falecimento. Apenas cardeais com menos de 80 anos estão aptos a votar, e é necessário o apoio de dois terços dos eleitores para eleger o novo pontífice.
Há quem acredite que a profecia já esteja próxima do fim. Segundo estudiosos que defendem a autenticidade do texto, a metade do ciclo profético teria sido alcançada em 1585, o que colocaria o ano de 2027 como o último da lista de papas de São Malaquias.
Apesar do fascínio popular, muitos historiadores afirmam que o manuscrito seria, na verdade, uma falsificação do século 16. Eles argumentam que as descrições dos papas até 1590 são demasiadamente precisas, enquanto as posteriores se tornam vagas e abertas a múltiplas interpretações. Ainda assim, algumas coincidências seguem intrigando estudiosos e fiéis.
Por exemplo, o 111º papa é descrito como “a glória da Oliveira” — o que muitos associam a Bento XVI, que pertenceu à ordem religiosa dos Olivetanos. Já João Paulo II teria sido prenunciado pela expressão “do eclipse do sol”, uma vez que nasceu durante um eclipse.
Ainda que a autenticidade da profecia siga sendo debatida, sua aura misteriosa e o contexto atual de transição no Vaticano continuam despertando atenção e especulações sobre o futuro da Igreja Católica — e, talvez, do mundo.