Nova exposição do MIS resgata a emocionante trajetória de Julio Gartner sobrevivente do Holocausto que se estabeleceu no Brasil
O MIS apresenta a emocionante história de Julio Gartner, nascido em 1924, em Cracóvia, Polônia, que sonhava em ser futebolista e adorava Leônidas da Silva, um dos craques brasileiros da época.
A história de Julio remonta a tragédia ocorrida na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Fugido de Cracóvia, viu seus pais pela última vez aos 16 anos e foi mandado para o campo de Plaszow, comandado por Amon Goeth, que fazia tiro ao alvo com os judeus a partir do terraço de sua casa — cena reproduzida no filme “A lista de Schindler” (1993).
Lá, trabalhava 7 dias por semana e 12 horas por dia, com fome. Apertado com outras 100 pessoas em vagões que caberiam no máximo 40, acabou parando num dos campos de trabalhos forçados em Mauthausen, onde era obrigado a carregar pedras e abrir túneis nas montanhas em temperaturas congelantes. 25% dos prisioneiros morriam toda semana, mas por sorte, ele foi liberto na 3ª semana, com a chegada das tropas estadunidenses.
Julio foi acomodado com mais 10 mil sobreviventes nos estúdios cinematográficos de Cinecittà, em Roma. Aos 26 anos, foi atrás dos irmãos no Brasil e se estabeleceu em São Paulo, onde construiu sua vida. Foi casado com Perla, deixou um casal de filhos, quatro netos e quatro bisnetos. Faleceu em 11 de novembro de 2018, aos 94 anos, e em 2024 completaria 100 anos.
É a história dele que serve de fio-guia para a exposição “A tragédia do Holocausto: a vida de Julio Gartner”, em cartaz no MIS a partir de 9 de março, convidando o público a percorrer reproduções de cenários marcantes, repletos de registros históricos em fotos e vídeos dos horrores do evento histórico.
Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). A gratuitidade é válida às terças e para crianças até 7 anos de idade.