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Notícias / Estados Unidos

Incêndio destrói mansão histórica ligada à escravidão no sul dos EUA

Um incêndio destruiu grande parte da Nottoway Plantation House, mansão histórica da Louisiana construída em 1859 como sede de uma plantação de açúcar

Redação Publicado em 17/05/2025, às 13h38

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Incêndio na Nottoway Plantation House, nos EUA - Reprodução/Facebook (@Chris Daigle)
Incêndio na Nottoway Plantation House, nos EUA - Reprodução/Facebook (@Chris Daigle)

Um incêndio destruiu grande parte da Nottoway Plantation House, uma mansão histórica na Louisiana (EUA), construída em 1859 como casa principal de uma plantação de açúcar. O fogo, que começou na última quinta-feira, 15, consumiu a estrutura localizada às margens do rio Mississippi, entre Baton Rouge e Nova Orleans.

As chamas se alastraram rapidamente pela construção de madeira, com quase 170 anos, 5 mil metros quadrados de área e 165 cômodos. Dez corpos de bombeiros da região foram acionados, mas não conseguiram impedir que o fogo consumisse a propriedade. Ninguém ficou ferido.

Segundo a Associated Press, a Nottoway foi erguida por John Hampden Randolph e funcionou como sede de uma plantação operada com trabalho escravizado. Era anunciada como “a maior mansão anterior à Guerra Civil ainda existente no Sul dos EUA”.

Em 1860, 155 pessoas escravizadas viviam e trabalhavam na propriedade, conforme registros do Serviço Nacional de Parques dos EUA. A obra, na época, custou cerca de US$ 80 mil (R$ 453 mil) — o equivalente a aproximadamente US$ 3 milhões (R$ 17 milhões) em valores atuais.

Com seus imponentes pilares brancos, rotunda de três andares e lareiras esculpidas em mármore italiano, a mansão foi transformada em hotel e centro de eventos, além de funcionar como museu a partir dos anos 1980. Nas últimas décadas, recebia visitantes do mundo todo e também se tornou cenário de protestos por direitos civis, por seu vínculo direto com a escravidão.

‘Perda total’

O atual proprietário, o advogado Dan Dyess, afirmou que o incêndio provocou uma “perda total”. “Estamos devastados e de coração partido com essa perda. Esse era meu sonho, que agora foi destruído”, declarou em nota.

Para o presidente da Câmara de Iberville, Chris Daigle, a destruição da mansão representa um duro golpe para a história local: "Nottoway não era apenas a maior mansão remanescente do período anterior à Guerra Civil no sul, mas também um símbolo tanto da grandeza quanto das profundas complexidades do passado da nossa região", disse em um comunicado publicado no Facebook. 

"Embora sua história inicial esteja inegavelmente ligada a uma época de grande injustiça, nas últimas décadas ela evoluiu para um local de reflexão, educação e diálogo. Ela permaneceu como um monumento de advertência e um testemunho da importância de preservar a História, mesmo as partes dolorosas, para que as gerações futuras possam aprender e crescer com ela", acrescentou.

A reação à destruição do prédio também teve tons de alívio. “A Nottoway, a maior fazenda antes da Guerra Civil Americana, foi totalmente destruída pelo fogo. O fogo foi justo e purificador. Espero que essas pobres almas possam descansar em paz. Casamentos e eventos sociais foram realizados neste local de assassinato em massa e tortura grotesca. Estou feliz que tenha acabado”, escreveu uma usuária na rede X.

As autoridades informaram que o incêndio foi contido e não atingiu outras edificações na área. A causa do fogo segue sob investigação.