Pesquisa publicada recentemente traz novas evidências sobre a origem de cadeia subglacial localizada na Antártida Oriental
A Antártida Oriental abriga não apenas vastas camadas de gelo, mas também montanhas ocultas sob sua superfície congelada, como é o caso da cadeia subglacial Gamburtsev. Diferente das montanhas visíveis, como as Transantárticas, essa cordilheira permanece completamente soterrada, escondida sob quilômetros de gelo.
O que intriga os cientistas é o fato de que a Antártida Oriental está situada numa região tectonicamente estável há milhões de anos — o que teoricamente dificultaria a formação recente de grandes estruturas montanhosas. No entanto, um estudo publicado na revista científica Earth and Planetary Science Letters traz novas evidências sobre a origem dessas montanhas escondidas.
Segundo a pesquisa, as Montanhas Gamburtsev se formaram há mais de 500 milhões de anos, durante a colisão de placas tectônicas que levou à formação do supercontinente Gondwana. Acredita-se, inclusive, que sua origem remonte a mais de 700 milhões de anos, quando dois antigos continentes colidiram após serem separados por um oceano. Essa intensa movimentação geológica gerou um fluxo de rochas quentes e derretidas que se acumulou na base das futuras montanhas.
Conforme explicou o portal Galileu, durante esse processo de colisão, a crosta terrestre da região engrossou e aqueceu, tornando-se instável. O peso da estrutura em formação fez com que parte dela começasse a afundar.
Esse colapso originou um fenômeno conhecido como espalhamento gravitacional, no qual rochas quentes da base da crosta foram comprimidas e se deslocaram lateralmente. O resultado foi a formação de uma espécie de “raiz” profunda, que se estende da superfície até o manto terrestre — a camada intermediária do planeta.
Segundo a fonte, as Montanhas Gamburtsev foram descobertas em 1958, durante uma expedição soviética, e continuam sendo um dos maiores mistérios geológicos da Terra.