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Notícias / Ditadura Militar

Estudante morto por militares na ditadura será nomeado no Livro de Heróis do Rio

Edson Luís, de 18 anos, foi morto por um tiro no peito disparado por um policial militar durante uma manifestação estudantil, em março de 1968

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 07/05/2025, às 15h30

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Diversos estudantes foram mortos por militares em protestos - Reprodução/Arquivo Nacional
Diversos estudantes foram mortos por militares em protestos - Reprodução/Arquivo Nacional

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou o projeto de lei que inscreve o estudante Edson Luís de Lima Souto no Livro dos Heróis e Heroínas do Estado. A proposta, de autoria da deputada estadual Dani Monteiro (PSOL), segue agora para sanção do governador Cláudio Castro (PL).

Edson Luís, de 18 anos, foi morto por um tiro no peito disparado por um policial militar durante uma manifestação estudantil no restaurante Calabouço, no centro do Rio, em 28 de março de 1968. O caso ocorreu em meio a protestos contra o regime militar e tornou o jovem um símbolo da resistência estudantil à ditadura.

Herói do Estado

Natural de Belém (PA), Edson havia se mudado para o Rio de Janeiro para concluir o ensino médio. Ele estava entre os cerca de 300 estudantes que almoçavam no restaurante quando a PM invadiu o local. À época, a Folha de S.Paulo relatou que houve confronto, depredações e que a polícia respondeu com disparos, matando o estudante.

A morte de Edson Luís teve grande repercussão. Seu corpo foi levado em passeata por milhares de estudantes até a então sede da Alerj, onde foi velado. No dia seguinte, cerca de 50 mil pessoas acompanharam o enterro no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul da cidade. 

A comoção popular marcou um dos momentos mais intensos de oposição à ditadura naquele ano, que culminaria, em dezembro, com o decreto do Ato Institucional nº 5 (AI-5), ampliando a repressão.

Deputados que presenciaram o episódio, como Carlos Minc (PSB) e Luiz Paulo (PSD), pediram para ser coautores do projeto. “Sou testemunha ocular do assassinato praticado pela ditadura”, disse Luiz Paulo, então membro do movimento estudantil. Minc recordou os gritos dos manifestantes: “Mataram um estudante! E se fosse um filho seu?”

A deputada Dani Monteiro justificou a homenagem no momento da protocolação: “Quero valorizar o quanto Edson foi um herói, pois lutava diretamente pela democracia, pela educação e pelo direito à alimentação.”


Livro dos Heróis e Heroínas do Rio de Janeiro

O Livro dos Heróis do Estado do Rio de Janeiro foi criado em 2010 para homenagear pessoas cujos atos contribuíram para o desenvolvimento do estado, do Brasil ou da humanidade. Edson Luís se junta agora a esse rol de homenageados, reconhecido oficialmente como um símbolo de luta por justiça e liberdade.