Exemplar permaneceu sem identificação por décadas no Museu de Fósseis de Insetos Únicos até ser redescoberto recentemente
Uma equipe de pesquisadoresencontrou, em 1988, na província japonesa de Hyogo, o fóssil de um inseto com asas grandes e corpo semelhante ao de uma borboleta. Na época, o exemplar foi enviado ao Museu de Fósseis de Insetos Únicos, também no Japão, onde permaneceu sem identificação por décadas, até ser redescoberto recentemente.
Um estudo publicado na revista Paleontological Research revelou que o fóssil, de valor excepcional, pertence a uma espécie extinta até então desconhecida. Trata-se, possivelmente, do mais antigo registro fóssil de uma borboleta do período Pleistoceno Inferior já encontrado, com idade estimada entre 2,6 milhões e 1,8 milhão de anos.
De acordo com os pesquisadores, a envergadura das asas do inseto pode atingir 8,9 centímetros — um tamanho considerável para borboletas. Segundo o portal Galileu, a espécie extinta foi identificada por Kiyoshi Kamitani e recebeu o nome científico Tacola kamitanii, em homenagem ao cientista. Esse é o fóssil mais recente de uma borboleta extinta e o primeiro a ser nomeado dentro da subfamília Limenitidini.
"Fósseis de borboletas são extremamente raros", explicam os autores do estudo. "Corpos e asas de borboletas são frágeis e flutuantes, o que os torna menos propensos a serem preservados como fósseis do que outros grupos de insetos."
Com base em características como o abdômen volumoso e o corpo robusto, os cientistas acreditam que o exemplar seja de uma fêmea. A espécie teria habitado regiões de clima quente a ameno, em um período de transição entre o final do Plioceno e o início do Pleistoceno, quando as ilhas japonesas passaram por um resfriamento significativo.
A paleontologia é a ciência que estuda os fósseis para entender a vida que existiu na Terra há milhões de anos. Por meio de restos preservados, como ossos, pegadas e vegetais fossilizados, os paleontólogos investigam a evolução das espécies e as mudanças do planeta ao longo do tempo.
