Espada foi usada por Napoleão Bonaparte até 1815, quando perdeu a Batalha de Waterloo; saiba em quanto a peça histórica é avaliada
O Hôtel Drouot, uma das casas de leilão mais tradicionais da França, será o palco da venda de uma espada feita sob encomenda para Napoleão Bonaparte, marcada para o próximo dia 22 de maio, em Paris. A peça histórica, avaliada entre US$ 800 mil e US$ 1,1 milhão (cerca de R$ 4,1 a R$ 5,6 milhões na cotação atual), foi utilizada pelo líder francês até 1815, ano de sua derrota na Batalha de Waterloo.
Forjada em 1802 por Nicolas-Noël Boutet, mestre armeiro de Versalhes, a arma foi encomendada por Napoleão quando ele ainda ocupava o cargo de primeiro cônsul da França. Esse ano foi crucial para sua consolidação no poder: após firmar o Tratado de Amiens com a Grã-Bretanha e a Espanha, Napoleão reforçou sua autoridade interna ao se tornar cônsul vitalício, passo que antecedeu sua coroação como imperador, dois anos mais tarde.
Ricamente ornamentado, o sabre traz elementos da mitologia grega, da Roma Antiga e do Egito. Entre os detalhes, destacam-se a cabeça de Medusa, o leão de Neméia — abatido por Hércules —, Marte, o deus romano da guerra, e uma cabeça de cão dourada com cocar egípcio, segurando uma corrente na boca. De acordo com o portal Galileu, a lâmina ostenta as inscrições "N. Bonaparte” e “Pmier Consul" em ambos os lados.
Alexandre Giquello, presidente do Hôtel Drouot, destacou em entrevista à revista Smithsonian que "o sabre é um símbolo importante no imaginário coletivo, e Napoleão dava grande importância aos símbolos". Segundo ele, a espada representa “o melhor dos melhores de sua época” e está em bom estado de conservação, apesar de um leve desgaste na lâmina e da recolocação das placas de madrepérola.
Pouco antes da Batalha de Waterloo, Napoleão presenteou o sabre ao marechal Emmanuelde Grouchy, num gesto de gratidão significativo — Grouchy foi o último oficial nomeado marechal do império por Napoleão. Desde então, a espada permaneceu com a família Grouchy.
A fonte destaca que uma outra versão semelhante da peça é conhecida: também encomendada por Napoleão, está hoje em exibição no Museu Hermitage, em São Petersburgo, na Rússia.
