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Notícias / Mundo

Enterro próximo a Berlim reúne 107 soldados alemães mortos na Segunda Guerra

Organização alemã segue resgatando restos mortais de soldados desaparecidos há 80 anos e reacende debate sobre memória e humanidade

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 08/05/2025, às 15h10

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Alemanha ainda busca seus soldados mortos na Segunda Guerra Mundial - Getty Images
Alemanha ainda busca seus soldados mortos na Segunda Guerra Mundial - Getty Images

Em uma floresta próxima a Berlim, 107 soldados da Wehrmacht, mortos durante uma das últimas grandes batalhas da Segunda Guerra Mundial, foram enterrados solenemente na semana passada.

O ritual contou com estudantes do ensino médio depositando flores brancas sobre pequenos caixões pretos, enquanto soldados alemães baixavam os restos mortais em uma grande cova ao som de uma marcha militar.

Segundo o 'Independent', centenas de moradores e familiares assistiram em silêncio, alguns enxugando lágrimas diante de uma cerimônia que busca dar descanso final a soldados que lutaram pelo exército de Adolf Hitler.

O enterro é parte de um esforço longo e delicado conduzido pela Volksbund Deutsche Kriegsgräberfürsorge (Comissão Alemã de Túmulos de Guerra), organização que há décadas trabalha para encontrar, identificar e sepultar os mais de 2 milhões de soldados alemães ainda desaparecidos na Europa.

Controvérsias

Embora o trabalho tenha, às vezes, gerado controvérsias por reavivar memórias do passado militar nazista, muitos o veem como um esforço humanitário.

Por trás de cada pessoa morta há um destino humano, e esse é o nosso foco principal", explicou Dirk Backen, secretário-geral da Volksbund.

"Quando você está diante do túmulo de um jovem soldado de 18 anos, naturalmente se pergunta se ele poderia ter tido outros sonhos além de dar a vida por uma causa criminosa".

As buscas seguem não apenas na Alemanha, mas também em países como Polônia e Ucrânia, onde equipes trabalham ao lado de arqueólogos para localizar ossadas enterradas às pressas, muitas vezes sem marcação. Recentemente, restos exumados em Ostrołęka, na Polônia, foram selados com cuidado e estão aguardando uma cerimônia de sepultamento militar ainda este ano.

Para familiares como Wolfgang Bartsch, de 83 anos, que perdeu o pai na Rússia em 1942, o trabalho da Volksbund é uma lembrança constante de que a guerra ainda ecoa no presente. "Meu coração se alegraria se eu pudesse enterrar meu pai também, mas isso não vai acontecer", lamentou ele, acompanhando emocionado o funeral coletivo em Halbe.