A gigante chinesa da tecnologia Baidu está desenvolvendo um sistema baseado em IA capaz de traduzir sons e sinais de animais em linguagem humana
Redação Publicado em 12/05/2025, às 11h00
A Baidu, dona do maior mecanismo de buscas on-line da China, está desenvolvendo uma ferramenta de inteligência artificial (IA) para traduzir vocalizações, comportamentos e sinais fisiológicos de animais de estimação em linguagem humana. A iniciativa foi formalizada com um pedido de patente registrado na Administração Nacional de Propriedade Intelectual da China, informou a Reuters.
Segundo o documento, o sistema coletará dados como sons, padrões de movimento e sinais corporais, que serão processados por IA para identificar o estado emocional do animal. A partir disso, as emoções seriam interpretadas e convertidas em linguagem compreensível, com o objetivo de aprimorar a comunicação entre humanos e animais.
Em nota, a Baidu afirmou que a proposta poderia permitir “uma comunicação emocional mais profunda e um entendimento maior entre animais e humanos, melhorando a precisão e a eficiência da comunicação entre espécies”.
Questionado sobre quando a empresa pretende transformar a patente em produto, um porta-voz da Baidu afirmou à Reuters: “Houve muito interesse com o depósito da nossa patente. No momento, o projeto ainda está na fase de pesquisa.”
O uso da inteligência artificial para decifrar a linguagem animal tem ganhado espaço em outras iniciativas pelo mundo. O Projeto CETI (Iniciativa de Tradução de Cetáceos), por exemplo, tenta entender como baleias-cachalote se comunicam.
Já o Earth Species Project, organização sem fins lucrativos apoiada por Reid Hoffman (fundador do LinkedIn), busca criar modelos universais de tradução entre espécies com base em padrões de IA.
Também ganharam repercussão vídeos de cães usando tapetes com botões — os chamados dispositivos de Comunicação Aumentativa e Alternativa (AAC) — para interagir com seus tutores. A Universidade da Califórnia, em San Diego, está conduzindo um estudo de longo prazo com aproximadamente 2.000 cães para investigar se esses comportamentos são de fato comunicação intencional ou respostas condicionadas.
