Em uma entrevista concedida ao programa “60 Minutes”, do canal americano CBS News, o pontífice criticou a atual situação na fronteira americana
Publicado em 20/05/2024, às 14h19
No último domingo, 19, o papa Francisco concedeu uma entrevista para um programa de televisão dos Estados Unidos, onde chamou de “loucura” as medidas anti-imigração do país e criticou as personalidades católicas de direita, por seu conservadorismo em excesso e resistência aos seus ensinamentos sociais.
Durante a entrevista ao programa “60 Minutes” do canal CBS News, onde Francisco falou por uma hora em espanhol e estava acompanhado de um tradutor, o pontífice disse que o fechamento pelo estado do Texas de uma instituição de caridade católica, que oferecia ajuda humanitária, era absurdo.
É uma loucura. Pura loucura. Fechar a fronteira e deixá-los lá é uma loucura. O imigrante tem que ser acolhido. Depois, você verá como vai lidar com ele. Talvez você tenha que mandá-lo de volta, não sei, mas cada caso deve ser considerado humanamente”, afirmou Francisco em sua passagem pelo programa.
Nos últimos anos, um número recorde de migrantes, a sua maioria da América Central e da Venezuela, tem deixado seus países de origem para fugir da pobreza, da violência e das catástrofes agravadas pelas mudanças climáticas.
A globalização da indiferença sobre os migrantes é uma doença muito feia”, acrescentou o papa ao “60 Minutes”.
Francisco, hoje com 87 anos, também criticou os bispos americanos conservadores, que se recusam a revisar alguns ensinamentos e tradições da bíblia, conforme repercutido pela revista CartaCapital.
Desde a sua eleição em 2012, o papa Francisco ressalta a importância do acolhimento da Igreja Católica, incluindo os membros da comunidade LGBTQIA+, mas se depara com forte resistência dos católicos mais conservadores.