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Notícias / Conclave

Dossiê 'secreto' com 20 nomes tenta influenciar escolha do novo papa, diz cardeal

Entre os nomes citados está o do atual secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, frequentemente mencionado como um dos favoritos à sucessão

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 05/05/2025, às 16h30

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Basílica de São Pedro, sede do Vaticano - Getty Images
Basílica de São Pedro, sede do Vaticano - Getty Images

Cardeais que participarão do conclave marcado para esta quarta-feira, 7, na Capela Sistina, receberam um dossiê confidencial com uma lista de 20 nomes considerados “papáveis”. 

A informação é de um dos cardeais eleitores, ouvido sob anonimato pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo ele, o objetivo do documento seria influenciar o voto dos eleitores e direcionar o resultado da escolha do novo pontífice.

Entre os nomes citados no material está o do atual secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, frequentemente mencionado como um dos favoritos à sucessão. O cardeal que revelou a existência do dossiê afirmou que a tentativa de interferência não parte apenas de agentes externos à Igreja: 

Vêm de dentro também. Tem influências internas que buscam de alguma forma criar uma atmosfera que não ajuda”, disse, citando resistências internas a mudanças promovidas nos últimos anos.

Ainda de acordo com ele, o documento circulou entre os cardeais em uma versão bem produzida, com grande investimento financeiro. “Ali tem muito dinheiro. Quem fez, fez com gosto. É um totopapa”, afirmou, em referência ao jargão usado em apostas informais sobre possíveis futuros papas.

Polêmicas

A divulgação do dossiê é apenas um dos elementos que compõem o clima de tensão e rumores nos dias que antecedem o conclave. O mesmo cardeal classificou o episódio como parte das “bobagens” que começaram a surgir recentemente em torno da sucessão papal.

No último sábado, 3, por exemplo, a Casa Branca publicou em suas redes uma imagem do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vestido como papa — a postagem foi posteriormente deletada. O Vaticano não comentou o caso.

As manobras de bastidores, segundo o religioso, atravessam linhas ideológicas dentro da Igreja. “Afetam amplos setores, seja entre os que querem ir avante e pedem coragem, seja entre os que têm saudade de um tempo que não existe mais. O espírito de Deus é que age sobre nós. Se perdemos a dimensão da fé, vamos fazer outra coisa”, afirmou.

Além dos nomes cogitados para assumir o papado, outros cardeais também estão no centro de polêmicas, mesmo sem estarem aptos à eleição. É o caso do italiano Giovanni Angelo Becciu, afastado por Francisco após denúncias de desvio de recursos do Vaticano. Condenado em primeira instância, ele chegou a manifestar o desejo de ir a Roma para o conclave, mas desistiu ao perceber que não teria acesso.

Outro nome controverso é o do cardeal peruano Juan Luis Cipriani, acusado de abusos sexuais e proibido pelo papa Francisco de usar vestes e símbolos cardinalícios. Apesar disso, ele participou das congregações gerais que antecedem a eleição, repercute a NSC Total.