O fóssil do dinossauro é o maior símbolo da luta dos paleontólogos brasileiros
O fóssil do dinossauro brasileiro conhecido como Ubirajara jubatus, o primeiro dinossauro não aviário encontrado com penas preservadas na América Latina, que fora retirado do Brasil de forma ilegal, será devolvido pela Alemanha — paleontólogos já planejam o que fazer com o exemplar.
A revista especializada Cretaceous Research decidiu despublicar o artigo científico em que 4 pesquisadores descreviam a espécie e a batizava com o atual nome, devido à procedência ilícita do material. Sem o tal artigo, a descrição da nova espécie é formalmente inexistente para a ciência.
Com isso, a espécie pode ser descrita por novos pesquisadores e até mesmo ser batizada novamente. Diversos cientistas já demonstraram interesse em estudar o animal. O dinossauro tem o peso de ser o maior símbolo da luta dos paleontólogos brasileiro contra o tráfico internacional de fósseis, além do valor científico.
Nas redes sociais, a campanha digital #UbirajaraBelongstoBR ganhou força, o que chegou até à imprensa internacional. Muitos pesquisadores são unânimes em dizer que é preciso garantir que o material retorne ao Brasil.
Em 19 de julho, foi anunciada pelo Conselho de Ministros da região de alemã de Baden-Württemberg a decisão de repatriar o fóssil do animal, segundo a Folha de S. Paulo.
O paleontólogo Allysson Pinheiro, diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (Ceará), e também um dos principais envolvidos nas negociações de repatriação disse que há uma movimentação entre cientistas para estudar a espécie.
Ele também explicou que uma eventual operação para rebatizar o dinossauro precisaria ultrapassar questões formais. "Para que a espécie seja formalmente invalidada, ainda é preciso que o caso seja submetido e avaliado em plenária da comissão internacional", completa.