Na última semana, mais de 150 golfinhos gigantes encalharam em praia da Tasmânia, na Austrália; maior parte morreu ou será sacrificada
Publicado em 19/02/2025, às 10h24
Nesta semana, mais de 150 golfinhos gigantes — também conhecidos como falsas-orcas — encalharam em uma praia da Tasmânia, na Austrália, nas proximidades do rio Arthur, na parte nordeste da ilha. Equipes de resgate foram enviadas ao local nesta quarta-feira, 19, mas não tiveram sucesso na ação.
Conforme repercute o UOL, dos 157 golfinhos que encalharam, quase 70 morreram na areia. Os demais animais seguem em uma "situação complexa", conforme descrito pela bióloga marinha Kris Carlyon à Associated Press, visto que o mar está agitado, o que dificulta a ação de autoridades para devolvê-los à água; isso além do próprio isolamento da praia, que dificulta o envio de equipamentos especiais.
Os outros cerca de 90 golfinhos que sobreviveram ao encalhamento inicial seguiram no local, e sem a possibilidade de as autoridades os resgatarem. Por isso, eles devem passar por eutanásia nas próximas horas.
Quanto mais tempo eles passam fora da água, mais eles sofrem. Todas as opções alternativas não foram bem sucedidas", explicou Carlyon.
Agora, a preocupação das autoridades é o que vai ser feito com as carcaças dos animais, depois que estiverem todos mortos. Porém, como o local em que eles estão é considerado sagrado para o povo aborígene que ali vive, as autoridades consideram simplesmente não interferir, e deixar "que a natureza faça o seu trabalho".
As falsas-orcas, que encalharam nesta semana na Tasmânia, não são baleias, apesar do nome; em vez disso, elas são consideradas as maiores representantes da espécie dos golfinhos, podendo pedir seis metros de comprimento e pesar até 1,5 tonelada.
Vale mencionar que encalhamentos são relativamente comuns na costa oeste da Tasmânia. Lá, por exemplo, ficaram encalhadas 470 baleias-piloto no porto de Macquaire, em 2020, e outras 230 da mesma espécie em 2022.
No entanto, episódios de encalhamento com golfinhos gigantes já não eram registrados há 50 anos. Sobre o caso, a bióloga explica: "a espécie tem laços sociais muito fortes. É possível que um indivíduo tenha ficado doente ou desorientado e os outros tenham seguido ele".
