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Notícias / Mundo

Couro de T. Rex pode ser recriado por cientistas para uso inusitado

Com base em DNA de um colágeno fossilizado de 70 milhões de anos, cientistas planejam criar o primeiro couro do mundo a partir de um dinossauro

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 25/04/2025, às 13h45 - Atualizado em 29/04/2025, às 18h53

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Imagem ilustrativa de um T. Rex - Getty Images
Imagem ilustrativa de um T. Rex - Getty Images

Em meio à incansável busca por inovação, a moda está prestes a dar um salto — ou melhor, um rugido — de 70 milhões de anos. Um projeto audacioso pretende trazer de volta à vida um dos materiais mais inesperados da história: o couro do Tiranossauro Rex.

A iniciativa é liderada por uma colaboração formada entre a The Organoid Company, a Lab-Grown Leather Ltd e a agência criativa VML. O objetivo? Produzir, em laboratório, o primeiro couro do mundo criado a partir do DNA de um dinossauro. A proposta soa como ficção científica, mas já está em estágio avançado de desenvolvimento em um laboratório localizado em Newcastle.

O ponto de partida do projeto é um fragmento de colágeno extraído de um fóssil de T. Rex encontrado em Montana, nos EUA, em 1988 — um dos espécimes mais bem preservados já descobertos, contendo até proteínas sanguíneas. A partir desse fragmento, os cientistas estão reconstruindo a sequência completa da proteína, que servirá de base para a produção de um novo tipo de couro em células cultivadas.

"Ao reconstruir e otimizar sequências de proteínas antigas, podemos projetar couro de T. Rex, um biomaterial inspirado na biologia pré-histórica", explica Thomas Mitchell, CEO da The Organoid Company, ao Daily Mail. Segundo ele, a engenharia de genoma e de tecidos abre portas para materiais jamais imaginados, totalmente rastreáveis, duráveis e livres de crueldade animal.

As primeiras aplicações serão voltadas à moda, com acessórios exclusivos, como bolsas e jaquetas. A expectativa é que o primeiro produto de luxo com couro de T. Rex esteja no mercado até o fim de 2025. Depois disso, o material pode chegar a outras áreas, como o setor automobilístico.

Impacto ambiental

Além do impacto estético e tecnológico, o projeto tem grande apelo ambiental. A produção convencional de couro está associada ao desmatamento e ao uso de substâncias químicas poluentes, como o cromo. Já o couro de dinossauro, sendo cultivado em laboratório, promete ser biodegradável, sustentável e ético.

Bas Korsten, diretor global de criação da VML, resume o espírito do projeto: "Estamos aproveitando a biologia do passado para criar os materiais de luxo do futuro. É a intersecção perfeita entre criatividade e biotecnologia".

Segundo o 'Daily Mail', por mais estranho que pareça, essa não é a primeira incursão da ciência em recriar produtos pré-históricos: em 2023, pesquisadores cultivaram carne de mamute em laboratório, embora tenham hesitado em provar a iguaria jurássica por medo das consequências imunológicas.