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Batata dos Andes pode ter sido a origem da grande fome irlandesa

Estudo genético aponta os Andes como berço da praga da batata que devastou e gerou a grande fome na Irlanda no século 19

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Publicado em 24/01/2025, às 20h30 - Atualizado em 31/01/2025, às 07h15

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Lesões de Phytophthora infestans em folhas de batata - Getty Images
Lesões de Phytophthora infestans em folhas de batata - Getty Images

Uma das maiores tragédias da história, a Grande Fome irlandesa, que dizimou aproximadamente um milhão de pessoas no século 19, pode ter finalmente revelado um de seus maiores mistérios: a origem do patógeno que provocou a devastadora praga da batata.

Por décadas, cientistas debateram se o fungo Phytophthora infestans, responsável pela doença, teria surgido nos Andes ou no México. Agora, uma nova pesquisa, publicada na revista Plos One, aponta para os Andes como o berço desse devastador microrganismo.

A equipe de pesquisadores, liderada pela Prof. Jean Ristaino da Universidade Estadual da Carolina do Norte, realizou uma análise genômica abrangente do fungo e de seus parentes próximos, comparando amostras da América do Sul e do México, repercute o The Guardian.

"Com o tempo, a evidência realmente pesa a favor dos Andes, porque o DNA não mente, a genética mostra ancestralidade naquela região", disse a professora no estudo.

Essa conclusão, segundo a pesquisadora, também se alinha com relatos históricos de que a doença já era conhecida entre os povos indígenas andinos antes de se espalhar para a Europa.

História complexa

Segundo o The Guardian, a pesquisa revela que as populações modernas do fungo apresentam uma história complexa, com misturas entre as linhagens dos Andes, México e Europa. No entanto, a análise genética indica que as populações mexicanas são as mais recentes, sugerindo que a praga se espalhou a partir dos Andes e não o contrário.

"Quando você conhece o centro de origem de um patógeno, é lá que você vai encontrar resistência a ele", explica a Prof. Ristaino no estudo. "A longo prazo, a maneira de controlar essa doença é por meio da resistência do hospedeiro".