Autoridades do governo britânico disseram em comunicado que as escolas não devem ensinar sobre identidade de gênero por considerarem o tema controverso
O governo britânico anunciou nesta quinta-feira, 16, que a identidade de gênero não será incluída no currículo escolar, e propôs também a proibição da educação sexual para estudantes com menos de nove anos.
Essas propostas, divulgadas poucos meses antes das eleições gerais previstas para ocorrer antes do final de janeiro de 2025, representam a primeira grande revisão em cinco anos da educação sexual nas escolas.
De acordo com a agência de notícias AFP, o governo afirmou em comunicado que "as escolas não devem ensinar o conceito de identidade de gênero".
Há muitas opiniões controversas sobre esta questão da identidade de gênero, da ideologia de gênero", disse a ministra da Educação, Gillian Keegan, à rede de televisão Sky News.
A partir do Ensino Médio, entretanto, serão oferecias aulas de sobre orientação sexual, nos quais a temática da mudança de gênero poderá ser discutida.
Mas é importante que as escolas adotem uma abordagem cuidadosa ao ensino deste tema delicado e não utilizem materiais que apresentem opiniões controversas como fatos", ressaltou.
Segundo a AFP, o governo determinou que a educação sexual não será ministrada antes dos nove anos de idade, e quando for abordada, será feita "de um ponto de vista puramente científico", conforme indicado pelo Executivo.
O Ministério da Educação explicou que a intenção do governo conservador britânico é assegurar que as crianças não sejam expostas a conceitos muito complexos ou sensíveis para serem compreendidos durante o ensino fundamental.
Os pais confiam que, ao enviarem seus filhos para a escola estarão seguros e não serão expostos a conteúdos perturbadores não apropriados para sua idade", afirmou o primeiro-ministro Rishi Sunak no comunicado.
Após os anúncios do governo, profissionais da educação se manifestaram acerca do tema. O secretário-geral do sindicato da Associação Nacional de Diretores Escolares, Paul Whiteman, por exemplo, destacou: "Estes limites rígidos à educação sexual podem levar as crianças a buscar informações em fontes menos confiáveis."
Já Elizabeth West, diretora de um grupo de 17 escolas, disse: "Não vimos evidências claras de que as escolas estejam atualmente expondo os alunos a conteúdos inadequados."