Idoso de 89 anos foi encontrado morto em área próxima a floresta; autoridades investigam ligação com ataque de urso preto
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 06/05/2025, às 14h30
Autoridades da vida selvagem da Flórida investigam o que pode ser o primeiro ataque fatal de urso registrado no estado, após a morte de Robert Markel, de 89 anos, na região de Jerome, próxima à área de manejo de vida selvagem de Big Cypress, no sudoeste da Flórida.
O corpo do homem foi encontrado na manhã da última segunda-feira, 5, a algumas centenas de metros de onde sua filha testemunhou um urso atacando o cachorro da família, segundo informações do 'Naples Daily News'. Guardas florestais foram chamados por volta das 7h15 da manhã, após o relato da filha.
Sabemos que foi um ataque de urso. Não sabemos se foi o mesmo urso ou vários ursos", afirmou George Reynaud, porta-voz da Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida (FWC), em entrevista coletiva.
Segundo o 'The Guardian', a carcaça de um urso preto, suspeito de estar envolvido no ataque, foi removida da floresta e enviada para necropsia em Gainesville. As autoridades ainda aguardam os resultados para confirmar se o animal foi o responsável direto pela morte de Markel.
Enquanto isso, equipes de busca compostas por cerca de 10 pessoas continuam vasculhando a área, com o apoio de drones e armadilhas. "A força letal é o último recurso, mas estamos armados para lidar com isso", disse o porta-voz Tyler Matthews.
De acordo com dados da FWC, foram registrados 43 encontros entre humanos e ursos na Flórida desde 2006, sem considerar colisões com veículos. Quase todos os incidentes envolveram cães, mas nunca havia sido registrada uma morte humana confirmada por ataque de urso no estado até agora.
A Flórida abriga uma população estimada de mais de 4.000 ursos negros, com concentrações significativas no sudoeste do estado e na região da Big Cypress. A espécie, que já foi considerada ameaçada, se recuperou nas últimas décadas graças à proibição da caça em 1994 e esforços de conservação.
Contudo, a proteção aos ursos negros tem gerado polêmica. Em 2015, o estado autorizou uma caça limitada, e neste ano a FWC propôs emitir mais 187 licenças de caça, medida que enfrenta oposição de ambientalistas e uma petição com mais de 31 mil assinaturas contrárias. No ano passado, o governador Ron DeSantis sancionou uma lei que flexibilizou proteções à espécie, em meio a alegações infundadas de que ursos sob efeito de crack estariam invadindo propriedades.
