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Notícias / Arqueologia

Evidências indicam cidade próspera pré-romana na Macedônia do Norte

Vestígios encontrados no sítio arqueológico de Gradishte apontam que cidade é muito mais antiga do que se acreditava inicialmente

por Giovanna Gomes
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Publicado em 11/04/2025, às 11h37

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Vestígios encontrados na Macedônia do Norte - Divulgação/Cal Poly Humboldt
Vestígios encontrados na Macedônia do Norte - Divulgação/Cal Poly Humboldt

Uma equipe de arqueólogos encontrou evidências surpreendentes que podem reescrever parte da história da Macedônia do Norte. Trabalhando em conjunto há anos, pesquisadores do Instituto e Museu da Macedônia – Bitola e da Cal Poly Humboldt identificaram indícios de que a cidade antiga localizada perto da vila de Crnobuki, no sítio arqueológico de Gradishte, é muito mais antiga do que se acreditava inicialmente.

As primeiras escavações no local aconteceram há 15 anos. Acreditava-se que a acrópole datava de 221 a 179 a.C., durante o reinado do rei Filipe, e que as estruturas remanescentes correspondiam a um posto militar avançado usado para conter investidas romanas. No entanto, essa cronologia foi revista após a descoberta de uma moeda cunhada entre 325 e 323 a.C., período em que Alexandre, o Grande, ainda vivia.

Com as recentes descobertas — incluindo machados de pedra e fragmentos de cerâmica —, os arqueólogos agora defendem que o local começou a ser habitado já na Idade do Bronze, entre 3.300 e 1.200 a.C. Segundo a Cal Poly Humboldt, trata-se de uma prova concreta da existência de uma cidade próspera anterior à dominação romana.

De acordo com o portal Eureka Times - Standard, Nick Angeloff, professor de antropologia e arqueólogo da universidade, classificou a descoberta como única na vida:

“Essa descoberta é significativa”, afirmou Angeloffem nota. “Ela destaca as redes complexas e as estruturas de poder da Macedônia antiga, especialmente considerando a localização da cidade ao longo de rotas comerciais para Constantinopla. É até possível que figuras históricas como Otaviano e Agripa tenham passado pela região a caminho do confronto com Cleópatra e Marco Antônio na Batalha de Ácio.”

Artefatos

Entre os artefatos desenterrados estão moedas, ferramentas têxteis, peças de cerâmica, jogos antigos, um bilhete de teatro moldado em argila e objetos datados entre 360 a.C. e 670 d.C..

Em 2023, foi constatado que o assentamento ocupava ao menos 7 acres (cerca de 2,8 hectares), e a descoberta foi facilitada pelo uso de radar de penetração no solo e da tecnologia LIDAR lançada por drones. O projeto recebeu apoio financeiro da universidade e contou com a participação presencial dos pesquisadores na Macedônia do Norte durante o verão de 2024.

Engin Nasuh, arqueólogo do Instituto Nacional e Museu – Bitola, afirmou que o trabalho representa uma nova janela para a história da civilização macedônia antes da era de Alexandre:

“Estamos apenas começando a arranhar a superfície do que podemos aprender sobre esse período”, declarou. Ele contou que o sítio foi mencionado pela primeira vez na literatura em 1966, mas permaneceu um mistério por décadas.

Para Nasuh, as descobertas aprofundam a compreensão da civilização ocidental antiga e representam uma peça importante no mosaico das primeiras civilizações europeias, já que o antigo estado macedônio é considerado um dos primeiros estados modernos do continente.

Angeloff ainda sugeriu que o local possa ser a capital perdida do Reino de Lyncestis, chamada Lyncus, fundada no século VII a.C., e talvez até o local de nascimento da rainha Eurídice I, avó de Alexandre, o Grande. Entre as estruturas mais notáveis encontradas, destacam-se um teatro em estilo macedônio e uma oficina têxtil.