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Notícias / Arqueologia

Arqueólogos encontram restos humanos de sacrifícios maias na Guatemala

Fragmentos ósseos revelam rituais sangrentos de dois mil anos realizados para apaziguar o deus da chuva durante a estação seca

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 08/05/2025, às 15h45

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Crânios humanos empilhados foram encontrados em uma caverna na Guatemala - Divulgação/James E. Brady
Crânios humanos empilhados foram encontrados em uma caverna na Guatemala - Divulgação/James E. Brady

Nas profundezas da Cueva de Sangre, na Guatemala, arqueólogos descobriram centenas de ossos humanos fragmentados, muitos com sinais claros de ferimentos traumáticos.

As evidências sugerem que, há cerca de dois mil anos, os maias realizavam sacrifícios humanos ali, desmembrando corpos em rituais para apaziguar seu poderoso deus da chuva durante os meses secos

"Estamos vendo partes do corpo, não corpos inteiros", explicou Michele Bleuze, bioarqueóloga da Universidade Estadual da Califórnia, à Live Science. "No ritual maia, as partes do corpo tinham tanto valor quanto o corpo inteiro".

A caverna foi identificada nos anos 1990, sob o antigo sítio arqueológico de Dos Pilas, em Petén. Agora, em uma recente apresentação na Sociedade de Arqueologia Americana, os pesquisadores detalharam os achados: ferimentos compatíveis com desmembramentos, calotas cranianas empilhadas no chão e objetos ritualísticos como lâminas de ocre vermelho e obsidiana, todos apontando para práticas religiosas e não apenas enterros comuns.

Pistas

Segundo o 'Live Science', a localização da caverna, acessível apenas durante a estação seca, reforça a hipótese: era durante essa época, entre março e maio, que os maias buscavam garantir as chuvas vitais para suas plantações.

A data é uma pista importante. Os sacrifícios aconteciam quando as pessoas mais precisavam apelar aos deuses", destacou Ellen Fricano, antropóloga forense da Universidade Ocidental de Ciências da Saúde.

Os pesquisadores planejam avançar com análises de DNA antigo e isótopos estáveis para tentar responder a perguntas essenciais: quem eram essas vítimas e por que eram tratadas de forma tão diferente da maioria da população maia? Como resume Bleuze, "o verdadeiro mistério ainda está só começando a ser desvendado".