Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Ciência

Alquimia? Em novo experimento, cientistas transformam chumbo em ouro

Pesquisadores do CERN, o laboratório europeu de física de partículas na Suíça, conseguiram transformar chumbo em ouro por meio de colisões atômicas

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 12/05/2025, às 15h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Acelerador de partículas (imagem meramente ilustrativa) - Getty Images
Acelerador de partículas (imagem meramente ilustrativa) - Getty Images

O que foi um sonho distante para os alquimistas do século 17 tornou-se realidade — ainda que brevemente — graças à ciência moderna. Pesquisadores do CERN, o laboratório europeu de física de partículas na Suíça, conseguiram transformar chumbo em ouro por meio de colisões atômicas em altíssima velocidade, realizadas no acelerador de partículas da instituição.

Procedimento

O experimento envolveu o bombardeio de feixes de chumbo, acelerados a velocidades próximas à da luz, para provocar a colisão de seus núcleos. Durante o impacto, alguns núcleos de chumbo ejetaram três prótons, reduzindo seu número total de 82 para 79 — exatamente a quantidade presente no ouro. Foi assim que, por um microssegundo, o chumbo se tornou ouro.

A transformação, embora real, durou menos que um piscar de olhos e não pôde ser observada a olho nu. O experimento foi repetido várias vezes entre 2015 e 2018. Ao todo, foram produzidos cerca de 86 bilhões de núcleos de ouro — o equivalente a apenas 29 trilionésimos de grama, conforme repercute o g1.

A maior parte desses átomos, no entanto, era instável. Em questão de microssegundos, eles colidiam com as paredes do equipamento ou se desintegravam em outras partículas, perdendo sua estrutura como ouro.

Apesar de não representar uma forma viável de produzir ouro em escala, a experiência representa um avanço notável na manipulação de átomos e no entendimento das forças nucleares. E, de certa forma, dá aos alquimistas históricos um instante de redenção — mesmo que seja apenas pela ciência moderna.