Filme que entrou no catálogo da Amazon Prime neste domingo, 7, possui fatos não tão condizentes com a realidade, conheça-os!
Publicado em 07/04/2024, às 14h00 - Atualizado em 15/04/2024, às 17h45
Vencedor de sete prêmios no último Oscar, 'Oppenheimer' chegou ao streaming através do Amazon Prime Video no último domingo, 7. O filme, dirigido por Christopher Nolan, narra a trajetória de Julius Robert Oppenheimer, "o pai da bomba atômica".
Líder do Projeto Manhattan e pai da bomba atômica, Oppenheimer foi uma figura importante no contexto da Segunda Guerra Mundial. A produção é baseado na biografia de Kai Bird e Martin J. Sherwin, 'Oppenheimer: O triunfo e a tragédia do Prometeu americano'. Confira abaixo as diferenças entre o filme e a história real!
Em 16 de junho de 1945, a Operação Trinity foi o primeiro teste de arma nuclear da história. Muito antes do grande dia, porém, havia muita incerteza se a bomba atômica destruiria a atmosfera e aniquilaria o mundo.
Além disso, em testes preliminares, os cientistas foram pegos de surpresa por falhas nos explosivos que detonaram a bomba. Segundo o Office of History and Heritage Resources, o físico George Kistiakowsky, criador do dispositivo de implosão, apostou um mês de seu salário contra 10 dólares de Oppenheimer que tudo daria certo no dia em questão. E deu! Sim, Oppenheimer realmente apostou contra o funcionamento de sua criação.
Como mencionado no tópico anterior, havia a preocupação de que a explosão da bomba atômica pudesse aniquilar o planeta. Afinal, segundo o físico Edward Teller, que mais tarde criou a bomba de hidrogênio, seus cálculos mostravam a chance "próxima a zero" de isso acontecer.
No longa de Nolan, a preocupação sobre a possível extinção humana é levada até o major-general Leslie Groves. Embora Oppenheimer tenha dito que a chance era quase inexistente, Groves ri e diz que preferia que ela não existisse.
Segundo o Screen Rant, a grande verdade é que o major-general Leslie Groves sequer sabia do potencial da bomba atômica em um cenário de destruição global. A conversa sobre os detalhes da arma de destruição em massa só ficou entre os cientistas do Projeto Manhattan.
O filme de Christopher Nolan destaca o relacionamento que Julius Robert Oppenheimer teve com a comunista Jean Tatlock. O Screen Rant aponta que eles se conheceram em 1936 e ficaram juntos ao longo de três anos.
+ A dura história de Jean Tatlock, o outro amor de Oppenheimer
O casal noivou, mas a relação foi intermitente durante a maior parte do tempo. Nesse período, Oppenheimer conheceu Kitty, com quem se casou pouco depois. No longa, o físico diz que seu coração está dividido entre as duas mulheres, mas Jean é tratada como sua amante — o que foi depois que ele começou a se relacionar com Kitty — e não é mencionado que eles quase se casaram.
Após a Operação Trinity e após entender todo o potencial destrutivo da bomba nuclear, Julius Robert Oppenheimer passou a defender o banimento total de armas nucleares. No entanto, o físico jamais foi forte opositor de sua criação e utilização.
Oppenheimer passou a se preocupar muito mais com que as bombas poderiam fazer no futuro, mas acreditava que, naquele momento, elas eram um 'mal necessário', segundo artigo da Universidade Temple, da Filadélfia. Ele também foi indiferente ao governo usar suas pesquisas e pressionou pelo compartilhamento do conhecimento atômico.
Em uma das cenas mais controversas do filme, Oppenheimer tem relações sexuais com Tatlock quando diz a frase: "Agora eu me tornei a Morte, o destruído de mundos", uma citação do livro sagrado indiano Bhagavad Gita.
A cena, porém, é apenas uma liberdade poética de Nolan. Oppenheimer e Tatlock, como já dito, realmente tiveram uma relação, e o físico realmente sabia ler sânscrito (língua original do livro sagrado que ele segurava na cena). Mas, a frase só foi dita por ele durante um documentário da NBC News de 1956 chamado 'The Decision to Drop the Bomb'.