Polêmico, o filme 'A Paixão de Cristo', de Mel Gibson, se tornou um dos filmes mais comentados da História; veja curiosidades
Retratando as 12 horas finais de Jesus Cristo, uma das maiores figuras da humanidade, o filme 'A Paixão de Cristo' chegou aos cinemas em 2004. Mostrando a condenação de Jesus à morte e a crucificação, o filme se tornou um dos mais comentados daquele ano e ainda chama atenção.
Na época, o filme caiu em polêmica. Isso porque muitos temiam que, com o filme, muitos passassem a considerar os judeus culpados pela crucificação de Jesus. O então presidente do rabinato da Congregação Israelista Paulista, rabino Henri Sobel, disse em 2004, à BBC, que temia que o longa-metragem alimentasse o ódio.
"Não há dúvida de que o filme pode alimentar o ódio e o preconceito, principalmente em mentes predispostas ao antissemitismo", disse Sobel na época. "Há um terreno fértil para o ressurgimento do sentimento antissemita por causa desse filme e por causa da nossa realidade social. Há muita gente que não sabe os fatos".
O rabino também afirmou que o incomodava o fato dos judeus "serem retratados como vingativos e sanguinários, enquanto as virtudes do amor e da compaixão são atribuídas exclusivamente aos romanos".
Em polêmica, o filme foi sucesso em bilheteria. 'A Paixão de Cristo' se tornou um dos filmes que mais lucraram na História. Com um orçamento de US$ 30 milhões, faturou mais de US$ 600 milhões.
20 anos depois, o site Aventuras na História separou curiosidades sobre o filme. Os bastidores vão de acidente com raio a conversão de ator nas filmagens. Veja abaixo!
Diferente de muitos diretores, Mel Gibson iniciou a produção de 'A Paixão de Cristo' sem financiamento ou até mesmo distribuição externa, explica o Yahoo Internacional.
"Este é um filme sobre algo que ninguém quer tocar, filmado em duas línguas mortas [aramaico e latim]", afirmou o diretor em 2002 ao Hollywood Reporter. "Em Los Angeles eles acham que sou louco, e talvez seja."
A Icon Productions, produtora americana fundada por Gibson, proporcionou o orçamento da produção, estimado em US$ 30 milhões, além de US$ 15 milhões para investimento em marketing com a Newmarket Films.
Embora tenha sido taxado como 'louco', Mel Gibson levou a melhor, já que o filme arrecadou mais de US$ 600 milhões ao redor do mundo em bilheteria.
Filmado em aramaico e latim, 'A Paixão de Cristo' quase não teve legendas. Em 2002, durante entrevista ao Zenit.org, Gibson explicou o que o motivava.
"As pinturas de Caravaggio não têm legendas, mas as pessoas entendem a mensagem. O Ballet Quebra-Nozes não tem legendas, mas as pessoas entendem a mensagem. Acho que a imagem superará a barreira do idioma. Essa é a minha esperança", explicou ele.
Gibson afirmou que queria ser o mais real possível. "Há algo de surpreendente em assistir nos idiomas originais. A realidade aparece e atinge você. Contato total. Sei que estamos apenas recriando, mas estamos fazendo o melhor que podemos para simular uma experiência de realmente ser lá".
Durante gravações na Itália, Jim Caviezel, o protagonista do filme, foi atingido por um raio. Jan Michelini, assistente de direção, também recebeu a descarga elétrica.
"Eu estava iluminado como uma árvore de Natal!", afirmou o artista em 2004 ao The 700 Club. "Eu estava pregando o Sermão da Montanha. Eu sabia que isso iria me atingir cerca de quatro segundos antes de acontecer. Pensei: 'Vou levar um golpe'. E quando isso aconteceu, eu vi os figurantes se agarrarem ao chão. O que eles viram foi fogo saindo do lado direito e esquerdo da minha cabeça. Iluminação ao redor de todo o meu corpo. E durante a filmagem eles disseram: 'Você está filmando?'".
De qualquer maneira, o episódio em questão não foi registrado.
Luca Lionello, que era ateu durante as gravações, teria se convertido após interpretar o personagem Judas, que entrou para a história como o 'grande traidor'. A informação foi revelada em 2004 pelo padre John Bartunek durante entrevista ao National Catholic Register.
"[Lionello] começou o filme como um ateu raivoso - essa era a sua perspectiva espiritual e ele não teve escrúpulos em dizer isso", afirmou o padre. "Lembro-me de quando a versão inicial do filme estava completa e eles estavam regravando alguns diálogos. Eu estava sentado na sala de som antes do ator fazer a dublagem. Ele pediu para se confessar. Aparentemente, ele foi transformado pela experiência. Batizou os filhos, santificou o casamento e voltou para a Igreja".
Sucesso em bilheteria, o filme ajudou a solucionar um crime em 2004. Dan R. Leach, que tinha 21 anos, procurou as autoridades quando assistiu ao filme.
Após conversa com um familiar, descrito como conselheiro espiritual, o jovem confessou à polícia que matou a ex-namorada.
"O conselheiro disse que, entre isso [a conversa deles] e o filme, ele [Leach] sentiu que, para ter redenção, teria que confessar seu pecado e cumprir sua pena", disse Mike Kubricht, policial envolvido no caso. Veja detalhes aqui.