Por anos, Yoko Ono foi injustamente responsabilizada pelo fim dos Beatles, entretanto, Paul McCartney já expressou sua visão sobre o fim da banda
Publicado em 19/03/2024, às 11h51 - Atualizado em 29/03/2024, às 07h13
Em 10 de abril de 1970, uma notícia abalou completamente os fãs da música pop e de rock do Reino Unido: após anos de sucesso e vendas estrondosas, os Beatleschegavam ao fim.
Naquele dia marcante, Paul McCartney anunciou que seguiria carreira solo. Era o capítulo final do grupo musical responsável por sucessos como "Here Comes the Sun", "Don't Let Me Down" e "Let It Be".
Por anos, Yoko Ono, que foi casada com John Lennon durante onze anos, passou a ser perseguida e injustamente creditada como responsável pelo fim dos Fab Four.
"Eles são quatro homens adultos em um banda num domínio que já é muito tênue, onde você vê muitas bandas se separando", disse Nadia Kim, professora de estudos asiáticos e asiático-americanos na Loyola Marymount University, durante entrevista à NBC, em 2021. "Portanto, a própria questão que as pessoas colocam, de que ela poderia ter acabado com os ‘The Beatles’, as dimensões racistas, sexistas e nativistas da questão, mostram o quão absurda é".
McCartney refletiu sobre o fim dos Beatles em 2021, durante entrevista ao 'This Cultural Live', da BBC Radio 4. Durante a conversa, ele revelou que a decisão de acabar com o grupo partiu de John Lennon.
"Eu não instiguei o fim. Quem fez isso foi o nosso Johnny. John entrou em uma sala, um dia, e disse ‘estou saindo dos Beatles’. Isso é instigar o fim ou não? Aquela era a minha banda, aquele era o meu trabalho, aquela era a minha vida, então eu queria que continuasse", disse ele durante a entrevista.
Paul também revelou que Allen Klein, empresário do grupo, gostaria que eles fingissem ser uma banda mesmo após o fim do quarteto, até que os projetos já fechados fossem finalizados.
Então, por alguns meses, tivemos que fingir. Foi estranho porque todos nós sabíamos que era o fim dos Beatles, mas não podíamos simplesmente ir embora", disse ele, que se incomodou com a situação.
Além disso, Paul saiu em defesa do relacionamento de Lennon com Yoko, que não foi culpado pelo fim da banda. Para Paul, eles eram um "ótimo casal".
Já em 2020, durante entrevista à GQ, Paul também discutiu sobre a maneira como o público enxergou o fim dos Beatles.
"Suponho que quando os Beatles terminaram, talvez houvesse um equívoco de que todos nós, meio que nos odiávamos", explicou ele. "O que eu percebo agora é que, porque éramos uma família, porque éramos uma gangue, as famílias discutem. E as famílias têm disputas".
O artista também teve problemas com o álcool após a separação do grupo.
"Não havia muito tempo para ter problemas de saúde mental, era apenas 'fod*-se', estava sempre bebendo ou dormindo. Mas tenho certeza que isso afetou minha saúde mental, pois eram tempos muito deprimentes", explicou ele.
Para os fãs de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, uma novidade fascinante é que suas trajetórias serão retratadas em quatro filmes feitos pelo diretor Sam Mendes, que detalhará a história de cada um deles.
"Estou honrado em contar a história da maior banda de rock de todos os tempos e animado para desafiar a noção do que constitui uma viagem ao cinema”, afirmou o diretor à revista Variety.