Para sua atuação intensa em O Brutalista, o ator Adrien Brody buscou uma inusitada inspiração na vida real; confira detalhes
Situado em 1947, o filme "O Brutalista" narra a jornada do arquiteto húngaro László Toth, interpretado por Adrien Brody, e sua esposa Erzsébet, vivida por Felicity Jones. Após a devastação da Europa em decorrência da Segunda Guerra Mundial, o casal busca um recomeço nos Estados Unidos.
A narrativa se desenrola à medida que László se vê diante de uma oportunidade transformadora. O industrial Harrison Van Buren, interpretado por Guy Pearce, oferece a ele a chance de projetar um monumental edifício modernista que promete redefinir a paisagem urbana do país que agora consideram seu lar. O ambicioso projeto não apenas simboliza o auge da carreira de László, mas também representa uma via para alcançar o sucesso e o reconhecimento tão almejados.
No entanto, a trajetória rumo à concretização desse sonho é marcada por desafios e reviravoltas. Ao longo de quase três décadas, László e Erzsébet enfrentarão tanto vitórias quanto tragédias.
A história contada no filme, e os personagens, são fruto da ficção, entretanto, o protagonista buscou uma inspiração inusitada na vida real. Ao participar do A24 Podcast, Brody relembrou as dificuldades enfrentadas por seu avô húngaro, imigrante na América do pós-Segunda Guerra Mundial.
O relato se tornou um ponto de partida significativo para sua interpretação no filme.
A performance de Brody, que lhe rendeu um Globo de Ouro na categoria de melhor ator, é influenciada pela história pessoal de sua família. Durante a conversa com Jason Schwartzman, o ator compartilhou como a experiência de seu avô moldou seu entendimento sobre a vida como imigrante nos Estados Unidos.
“Minha mãe tem uma gravação — não sei se ela gravou ou se meu avô gravou — mas lembro dele tentando conseguir trabalho”, afirmou ele. “Ele também aspirava ser ator, mas estava tentando conseguir trabalho e tinha uma gravação disso e eu ouvi essa gravação e ele soa ainda mais extremo do que o sotaque de László. Ele se apresentava — o nome de solteira da minha mãe é Plachy — e ele dizia 'Plachy' e dizia de novo e 'Gostaria de me candidatar ao emprego'. Então você podia ouvir a pausa do outro lado da linha e ele dizia, 'Sim, oh, ok, obrigado, obrigado', e você podia ouvir a rejeição e ele ligava de novo, outra pessoa, e eu realmente me lembro de como era uma luta.”
Brody descreveu seu avô como uma figura carismática, ressaltando que as barreiras linguísticas foram um fator crítico nas dificuldades que ele enfrentou. Apesar das adversidades, o ator compartilhou memórias afetuosas de sua família.
“Éramos uma família tão unida. Minha mãe era filha única, eu sou filho único, meus avós eram do velho mundo. Talvez porque eles soassem tão distintamente diferentes, isso me impressionou ainda mais do que qualquer outra pessoa, continuou.
“Ninguém soava como eles; ninguém era húngaro. Então, poder ter isso como uma espécie de luz guia em ['O Brutalista'], é realmente especial. E representar isso, porque eu sinto que isso é algo tão universal — há tantas pessoas de qualquer origem — somos todos descendentes de imigrantes. Houve muita luta. Não importa como você corte, não importa quem seja; há muito sacrifício,” concluiu.
O filme "O Brutalista", um dos favoritos da próxima edição do Oscar, chega aos cinemas nesta quinta-feira, 20.