se viravam sem
sobrenomes?
Como as pessoas da Idade Média
Entenda o que era feito para diferenciar uma Maria da outra
ou dezenas de Josés
A Idade Média do século 12 era ainda um mundo de identidades
pessoais difusas, mal definidas, muito diferente dos tempos
atuais, no qual tudo o que se refere ao indivíduo, rico ou
pobre, é minuciosamente registrado, do nascimento até
a morte
A identificação de um indivíduo no meio social se fazia pelo
prenome e por um complemento qualquer. Uma prática comum
era designar as pessoas como “fulano filho de fulano”. Por
exemplo, Pedro Álvares equivalia a “Pedro filho de Álvaro”
Origem geográfica e
atributos
Outra forma muito difundida era o acoplamento de apelidos
variadíssimos ao nome. Os mais comuns faziam alusão à origem
geográfica dos portadores (da Costa, do Monte), a aspectos
físicos ou a traços morais que lhes eram atribuídos
Como o poder público não registrava os nascimentos, cabia
aos padres (nem sempre letrados) escrever o que ouviam do
nome dos declarantes (ainda menos letrados), abrindo-se
assim o campo para inúmeros erros e variações ortográficas
Chama a atenção também os antigos apelidos derivados de
ofícios. Um censo realizado em Paris, em 1294, registra nomes
com “allier” (vendedor de alho), “avenier” (vendedor de
aveia), “falconnier” (pessoa que cria ou vende falcões),
entre outros
Texto: Bolívar Lamounier
revisÃo: Fabio Previdelli
EdiÇÃO: caroline duarte
fotos:: Wikimedia Commons/ Pixabay