Joana Angélica
A impressionante história de
A abadessa se pôs à porta do convento, salvando as irmãs;
e foi morta pelos invasores
O autoritarismo
português
Joana Angélica tentou literalmente barrar o autoritarismo
português. Num ato de extrema bravura, a abadessa do
Convento da Lapa, em Salvador, se pôs à porta principal do
claustro, ordenando que as irmãs escapassem pelos
fundos da construção.
A tentativa de impedir que as tropas portuguesas invadissem
o convento, motivadas pela suspeita de que as freiras
escondiam adversários, terminou com seu assassinato
por um golpe de baioneta desferido por um soldado.
Milícias
pró-independência
Soldados do brigadeiro Madeira de Melo, chefe do Exército
português que combatia, na Bahia, as milícias brasileiras
pró-independência, antes de invadirem o Convento da Lapa,
Em 20 de fevereiro de 1822, já haviam saqueado tudo
o que encontraram.
A abadessa, uma das mais antigas residentes, encarou
corajosamente o arrastão, e, por esse motivo, chamou os
inimigos de bárbaros. O ato criminoso calou fundo na alma
da Bahia. Homens atrozes contra religiosas indefesas.
Filho da terra algum poderia digerir tamanha desumanidade.
A versão portuguesa do episódio alega que agentes
pró-independência haviam se escondido no convento e
atirado nos soldados. Historiadores brasileiros, contudo,
afirmam que as tropas lusitanas invadiram diversos locais,
praticando roubos e até mortes, com o pretexto de que
tiros haviam sido disparados de dentro desses espaços.
Texto: Raphaela de Campos Mello
revisÃo: Thiago Lincolins
EdiÇÃO: caroline duarte
fotos: Wikimedia Commons e Pixabay (imagens
meramente ilustrativas)