Carolina Delboni e Juliana Pinheiro Mota compilam cartas trocadas entre si em momento delicado da quarentena no livro "Lugar de Fazer Morada"
Rafaela Bertolini, sob a supervisão de Isabella Bisordi Publicado em 22/02/2022, às 16h35
Em 2020, com a intensificação da pandemia e com as rígidas medidas de isolamento social, o mundo foi coberto por uma nuvem escura de incerteza e luto, o que impactou milhões de pessoas que se sentiam ansiosas e angustiadas com a situação. No dia 17 de junho de 2020, Juliana Pinheiro Mota publicou em suas redes sociais uma carta-resposta para Carolina Delboni, que dias antes havia publicado uma carta aberta em seu perfil.
Foi assim que se iniciou a correspondência entre Juliana e Carolina, duas jornalistas que se conheceram através de 22 cartas publicadas em seus respectivos perfis no Instagram. Juntas, elas compartilhavam angustias, tristezas, reflexões e mensagens de otimismo, o que criou uma ponte de afeto e acolhimento entre as duas durante a quarentena. Agora, a troca de cartas ganha uma edição impressa pela editora mapalab chamada "Lugar de fazer morada". Além das cartas, o livro ainda conta com ilustrações bordadas por Juliana Suassuna e um prefácio da filósofa e gerente de Relações Internacionais do Sesc, Aurea Vieira.
Em entrevista para a Aventuras na História, as autoras disseram que escrever os sentimentos e trocá-los com outra pessoa em meio de um momento delicado foi essencial para alivar a tensão de um dia a dia complicado: "Quando a gente escreve, de certa forma a gente organiza as coisas todas que estão dentro da gente. Sejam elas sentimentos ou pensamentos. Mas escrever, colocar no papel é uma forma de compreensão do que se está vivendo e isso foi extremamente importante ao longo desses meses todos de pandemia. E a troca em si, o fato de você poder se corresponder com alguém é uma maneira de ser acolhida, de ser confortada. Palavras também confortam, dão abrigo e foi isso que buscamos fazer uma na outra."
As autoras completam dizendo que a vontade de trazer essa correspondência do mundo virtual para um livro impresso vem da ansia de vários jornalistas de fugir da internet. O papel ainda é, para aqueles que resistem ao virtual, um lugar de fazer morada. Para elas, a vontade de transformar a troca entre as duas em um livro foi para dividir com um número maior de pessoa aquilo que aconteceu na internet, para que assim as palavras possam entrar em suas casas.
Inevitavelmente, as cartas acabam retratando um momento que será lembrado no mundo para sempre, uma vez que essa troca ocorreu entre os momentos mais difíceis da pandemia: entre junho de 2020 e maio de 2021. Carolina e Juliana acreditam que, de certa maneira, elas podem ser eternizadas como história de uma época: "Cartas têm a função de contar História com letra maiúscula e quando você as imprime no papel, você as torna um documento histórico. Não que tenhamos essa pretensão, mas elas estão aí contando sobre algo que todos vivemos e passamos também."
A troca foi responsável não somente por unir duas pessoas que tinham apenas a profissão em comum, mas para que tanto Carolina quando Juliana encontrassem uma maneira de dividir a sua rotina entre si e com outras pessoas que estavam passando pelo mesmo que elas.
"Lugar de fazer morada" foi lançado no dia 16 de dezembro de 2021 e está disponível na Amazon para ser adquirido na sua versão física.
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