A saga de Oscar Wilde: os melancólicos dias finais do poeta
Apaixonado pelo Lord Alfred Douglas, o escritor teve um trágico fim
Victória Gearini Publicado em 25/07/2024, às 16h00
Oscar Wilde foi um grande escritor e poeta britânico de origem irlandesa. Considerado um dos maiores dramaturgos populares, aperfeiçoou sua escrita ao longo da década de 1880, sendo consagrado pelas suas brilhantes obras, entre elas peças, livros e epigramas. Embora promissor, ao longo de sua carreira o poeta enfrentou diversos obstáculos, tendo um trágico fim.
Nascido no dia 16 de outubro de 1854, na cidade de Dublin, Oscar Wilde desde cedo dedicou-se a Literatura. Considerado um aluno brilhante, ganhou uma bolsa de estudos no Magdalen College de Oxford, o que lhe abriu diversas portas para a sociedade literária.
Paixão avassaladora
Já na fase adulta, durante uma visita a um amigo, Oscar Wilde conheceu o jovem Lord Alfred Douglas, mais conhecido como Bosie, filho de John Douglas, o Marquês de Queensberry. Foi paixão à primeira vista. No entanto, o Marquês abominava o relacionamento do filho com o poeta, proibindo o namoro entre ambos.
Certo de que Wilde era um sodomita, o Marquês de Queensberry começou uma perseguição doentia, com o intuito de difamar o escritor e assim separá-lo de seu grande amor. Em certa ocasião, proibiu que estabelecimentos permitissem encontros românticos entre Wilde e o Lord. Caso alguém descumprisse, correria o risco de ser espancado e ter seu negocio fechado permanentemente.
Furioso com a campanha difamatória, Wilde decidiu processar o sogro, que logo foi detido. Mas o que ninguém esperava é que o Marquês daria a volta por cima, e o escritor passaria a ser réu. John alegou que o genro, na verdade, seria um sodomita, portanto um risco para a sociedade. Além disso, afirmou que o poeta teria praticado atos sexuais com mais de 12 meninos, o que o levou à prisão imediata.
Em maio de 1895, Oscar Wilde foi condenado sob a acusação de sodomia, sendo encaminhado para a severa prisão de Reading Gaol, na Inglaterra. Extremamente abalado com a situação, o poeta redigiu uma carta com 55 mil palavras para o seu amado Lord Alfred Douglas. Mais tarde, ele denunciou em sua obra De Profundis, que Bosie teria o prejudicado, demonstrando profunda tristeza.
Os melancólicos anos finais
Para sobreviver ao trabalho forçado, Wild encontrou na arte uma válvula de escape, alimentando sua paixão pelo companheiro — mesmo após se sentir traído por ele. Além De Profundis, produziu, em sua época de presídio, o clássico anarquista A Alma do Homem sob o Socialismo e a obra memorável Balada do Cárcere de Reading.
Em 19 de maio de 1897, dois anos depois, foi libertado, mas tal trauma o perseguiu até o resto de sua vida. Mudou-se para Paris, onde adotou o nome Sebastian Melmoth, e passou a morar em um lugar humilde, com apenas dois quartos.
Embora a sua produtividade literária fosse pequena, a sua experiência no presídio e o sentimento de traição por parte de Lord Alfred Douglas tornaram-se temas recorrentes em suas produções, onde se referia à homossexualidade como “o amor que não ousa dizer o nome”.
No dia 30 de novembro de 1900, aos 46 anos, veio a falecer devido uma meningite repentina, agravada pelo alcoolismo e pela sífilis. Wilde foi enterrado no Cemitério de Bagneux, mas em 1950 seus restos foram movidos para o Cemitério de Père Lachaise, sendo sua tumba uma obra do escultor Sir Jacob Epstein — homenagem feita pelo seu melhor amigo Robert Ross.
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