Casa de Detenção de São Paulo - Divulgação
Brasil

Massacre do Carandiru: obra revela bastidores da chacina que escandalizou o Brasil

Por meio do relatório da Comissão de Inquérito, Lavenére Marcello e Benedicto João reconstituem o brutal crime

Victória Gearini Publicado em 09/03/2020, às 20h48

Conhecida popularmente como Carandiru, a Casa de Detenção de São Paulo localizava-se na zona norte de São Paulo, e foi inaugurada durante a década de 1920. O local ficou famoso após um dos maiores massacres ocorridos no país, em 1992. Tal fato originou diversas obras, entre elas, História de Um Massacre: Casa de Detenção de São Paulo, escrita por Lavenére Machado Marcello e Benedicto de Azevedo Marques João.

Sob os cuidados de Ramos de Azevedo, o Carandiru foi projetado inicialmente para abrigar 2 mil presos. No entanto, na década de 90, a criminalidade na cidade teve um aumento repentino, o que levou à superlotação do local. No mesmo período, foi considerado o maior presídio da América Latina, abrigando mais de 8 mil detentos. 

O local é marcado por inúmeras histórias de atrocidades cometidas lá dentro: rebeliões, estupros, extorsões, mortes, agressões e fugas de sucesso. As condições desumanas em que os detentos viviam culminaram no famoso massacre de 2 de outubro de 1992. Lançada pela Editora Cortez, em 2017, a obra História de Um Massacre: Casa de Detenção de São Paulo, de Lavenére Machado Marcello e Benedicto de Azevedo Marques João aborda este episódio. 

Crédito: Editora Cortez

 

Por meio de uma análise minuciosa de laudos e depoimentos inéditos, os autores reconstituem os fatos que resultaram na morte de 111 presos, executados por tropas de choque da Polícia Militar. A obra contém, o relatório na íntegra da Comissão de Inquérito, constituída pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana. O documento revela, ainda, que muitos detentos não apresentavam ameaças e que não tiveram a chance de se defenderem.  

Manifestação em memória das vítimas do Massacre do Carandiru / Crédito: Wikimedia Commons

 

Conhecido como o Massacre do Carandiru, estima-se que este episódio tenha feito ainda mais vítimas do que as autoridades divulgaram. Em 2002, durante o governo de Geraldo Alckmin, iniciou-se o processo de desativação do Carandiru. Atualmente, o local abriga instituições educacionais e de cultura, como o Parque da Juventude e a Biblioteca de São Paulo.

Já com o objetivo de denunciar um dos crimes mais bárbaros da história brasileira, os escritores Lavenére Marcello e Benedicto João propõem uma reflexão sobre o atual cenário da política de segurança pública e sobre o sistema prisional do país.


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