Imagem ilustrativa do “gás do riso” sendo utilizado como anestésico - Getty Images
Ciência

Festas e o gás do riso: a insólita origem da anestesia

O procedimento macabro era utilizado em operações cirúrgicas e odontológicas

Victória Gearini Publicado em 27/02/2020, às 20h50

Brincadeiras com óxido nitroso, conhecido popularmente como “gás do riso”, são comuns desde o início do século 19. Durante festas, anfitriões e convidados inalavam a substância para ficarem felizes, algo muito recorrente, ainda, nos dias atuais.  

Durante uma festa, em 1844, o dentista americano Horace Wells (1815-1848) descobriu que o óxido nitroso tinha efeitos anestésicos. Ao decorrer do evento, o especialista ficou chocado ao perceber que um dos convidados havia caído e quebrado as canelas, no entanto, a surpresa se deu pelo fato que o rapaz continuou dando risada, sem aparentar sentir dor. 

Horace Wells (1815-1848) / Crédito: Wikimedia Commons

 

Ao observar este episódio insólito, Horace Wells pensou em experimentar a substância como anestesia em procedimentos odontológicos. No entanto, após utilizar o gás do riso em uma demonstração pública, foi zombado pela multidão, uma vez que o paciente sentiu fortes dores durante a extração de seu dente. Wells havia aplicado uma dose muito fraca. 

No entanto, os créditos para o uso do gás do riso para fins cirúrgicos é do médico americano Crawford Long (1815-1878). Assim como Wells, Long teve essa ideia durante uma festa, em sua escola de medicina. Diferente do dentista, o médico utilizou o éter como fórmula secreta. 

Crawford Long (1815-1878) / Crédito: Wikimedia Commons

 

Em um primeiro momento, Long realizou este procedimento em operações simples, até que, em 1849, ele amputou o dedo do pé de um garoto. Long manteve sua experiência em sigilo absoluto até 1849, quando divulgou os resultados da cirurgia. Já o dentista americano, William Morton (1819-1868), aluno de Horace Wells, realizou a primeira extração dentária bem sucedida utilizando éter. 

William Morton (1819-1868) / Crédito: Wikimedia Commons

 

Até 1921, a comunidade científica e médica divergia sobre o criador da anestesia, até que o American College of Surgeons patenteou Long como o pioneiro. Hoje em dia, o éter e o óxido nitroso não são mais utilizados em operações, pois apresentam riscos para a saúde.


+Saiba mais sobre o tema por meio de grandes obras:

Ideias geniais: Descobertas por acidente, erros surpreendentes e escorregões que mudaram a nossa visão sobre a Ciência, de Surendra Verma (2016) - https://amzn.to/37Hl7ht

Medicina Dos Horrores: A História De Joseph Lister, O Homem Que Revolucionou O Apavorante Mundo Das Cirurgias Do Século XIX, de Lindsey Fitzharris (2019) - https://amzn.to/2uEVDDw

Medicina macabra, de Morris Thomas (2020) - https://amzn.to/2RzES5S

A Horripilante Medicina da Idade Média, de José Antonio Martino - https://amzn.to/36CaFqS

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, assinantes Amazon Prime recebem os produtos com mais rapidez e frete grátis, e a revista Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

medicina História livro Acidentes anestesia obra festa Amazon

Leia também

Como um trauma na vida de Walt Disney pode ter influenciado muitos de seus filmes


Mitologia: 8 livros para adentrar em histórias fascinantes


Confira 5 boxes de sucesso para adquirir por bons preços na Amazon


Conheça 10 títulos literários em oferta que vão te interessar


7 obras sobre os bastidores da família imperial brasileira


Os piores terremotos da história: confira 5 livros que abordam o tema