Vale Tudo, novela que terá um remake lançado pela TV Globo, teve romance lésbico censurado em 1988; relembre a história das personagens
Redação Publicado em 05/03/2025, às 18h00
"Vale Tudo", novela que terá um remake lançado pela TV Globo, teve uma narrativa que não recebeu a devida atenção em sua primeira exibição, em 1988, devido à censura da época.
No enredo original, a personagem Cecília, então interpretada por Lala Deheinzelin, teve um desfecho trágico ao morrer, impedindo o aprofundamento do romance entre ela e Laís, vivida por Cristina Prochaska.
A censura imposta pela Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP) resultou no corte de diversas cenas que abordavam a relação entre Laís e Cecília, limitando a exploração do relacionamento das personagens.
No enredo original, após a morte de Cecília - um evento que já era previsto pelos autores -, Laís se viu envolta em uma disputa pela herança da pousada que elas administravam juntas. O irmão de Laís, Marco Aurélio, interpretado por Reginaldo Faria, nunca aprovou o relacionamento e lutou pelo patrimônio.
A narrativa queria abordar um tema relevante e pouco discutido no Brasil da época: os direitos à herança em relações homoafetivas. No entanto, diálogos centrais sobre o relacionamento foram severamente vetados pelos censores.
Agora, com o novo olhar de Manuela Dias, que assina o roteiro do remake previsto para estrear no dia 31 de março, Cecília será interpretada por Maeve Jinkings e Laís por Lorena Lima.
Nesta nova versão, o casal terá sua relação amorosa tratada com autenticidade e sem rodeios, marcando uma evolução significativa nas representações de relacionamentos homoafetivos na televisão brasileira.
"Se tem uma coisa que sobrevive no tempo é o amor homoafetivo, o amor entre duas mulheres", explicou a atriz Maeve Jinkings, em coletiva de imprensa, conforme repercutido pelo O Globo. "Mas agora vamos falar num outro país, um país que muda, mas resiste a mudanças. Vivemos um momento, não só no Brasil, mas no mundo, de saudosismo de obscurantismo. E tem a sensação de que caminhamos pouco, no entanto, caminhamos. Quando 'Vale tudo' estreou na versão clássica, o público naturalizava 'homossexuais têm que morrer'. Hoje em dia, existe, no mínimo, um constrangimento. Estou muito curiosa para ver como essas personagens vão nascer nesse Brasil de 2025".
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